Quarta-feira difïcil. Tenho trabalho externo na Moita e assim que chego ao sïtio o segurança pergunta-me de onde venho. Obviamente que lhe respondi "Lisboa" em vez do nome da instituição que represento, o que originou um revirar de olhos tão "dah" que, desconcertados, estacionámos no lugar dos deficientes e ainda estávamos a puxar o travão de mão, já o senhor estava colado ao vidro do meu lado da janela, tal rebarbado quando apanha namorados a pinarem dentro de um veïculo, a roçar-se na porta e a grunhir que não poderíamos estacionar ali.
Decidimos "desestacionar" e enquanto fazíamos marcha atrás para não atropelarmos o segurança que para ali andava a cirandar batemos num carro estacionado. Muitos vernáculos e papeis assinados depois seguimos, finalmente, para o nosso compromisso, onde permanecemos até ao final da tarde, altura em que voltámos para Lisboa para deixarmos o carro de serviço e respectiva amolgadela.
Mámen tinha ficado de me apanhar e nunca mais chegava. Liguei-lhe e respondeu-me afogueado que estava na segunda circular com o carro aos solavancos. assim que estacionou o bote para me apanhar, o bote não mais voltou a pegar sem ser aos soluços. A luz que acendia, segundo o manual, era a do catalizador (no idea do que se trata) e a intenção do senhor meu esposo era voltarmos para Cascais aos saltinhos. Claro que, neurótica como sou, fui ler o manual todo, googlei problemas com o catalizador no icoiso e percebi que o pior dos cenários era o carro incendiar. Claro que fiz logo o filme todo, nós esturricadinhos, a Ana no nosso funeral conjunto, a Ana em adulta a contar "a minha mãe saiu da Moita e foi para a Chamusca" e não larguei mais o travão de mão.
Passado uma hora chegou o reboque que pedimos. O senhor perguntou se queríamos que chamasse o táxi da companhia mas eu- estúpida!- achei que era uma boa oportunidade de experimentar andar de reboque e vai de subir para o bicho. E começou a saga.
No interior do veículo soava uma kizomba, cintos de segurança para os penduras não havia e cheirava aquelas fohinhas de cheiro que tresandava: contei 5. Nem mais nem menos: 5 folhinhas de cheiro. Previ uma dor de cabeça com a música, o cheiro e os solavancos do reboque sem cinto de segurança e arrependi-me de não ter ido aos solavancos até casa no meu carro, assim com'assim.
O que eu não previa era que o rapaz que conduzia o reboque decidisse ir a falar ao telefone o caminho todo. Não com auriculares, com o telefone na manita mesmo: primeiro para a dama, depois para uns 3 "manos", o que estou em crer que levou mámen a acreditar que o rapaz devia pertencer a uma família numerosa. Estava a rezar, em silèncio, para chegar quando o impossível aconteceu: o reboque avariou em plena A5.
A esta altura eu bufava, o mano saiu do carro sem colete para colocar o triângulo e eu estava dentro de um veículo avariado e transportar outro veículo avariado, uma espécie de auto-matrioshkas avariadas. Não quis esperar para ver se havia um reboque para rebocar os reboques avariados. Chamei um táxi e vim para casa.
Passadas duas horas chegou mámen, divertido. Com o ar cool que o caracteriza olhou para o meu semblante transfigurado, cara preocupada de quem bateu com o carro de serviço, ar enjoado do piva das trezentas folhinhas de cheiro, dor de cabeça da kizombada no disco-reboque, aborrecida com a condução completamente esquizóide do "mano" e com o tempo que demorei numa simples viagem de Lisboa a Cascais e exclamou com voz entusiasta: "pensa positivo: tu já andaste de reboque!".
E um catalizador pela cabeça abaixo, não?
Passado uma hora chegou o reboque que pedimos. O senhor perguntou se queríamos que chamasse o táxi da companhia mas eu- estúpida!- achei que era uma boa oportunidade de experimentar andar de reboque e vai de subir para o bicho. E começou a saga.
No interior do veículo soava uma kizomba, cintos de segurança para os penduras não havia e cheirava aquelas fohinhas de cheiro que tresandava: contei 5. Nem mais nem menos: 5 folhinhas de cheiro. Previ uma dor de cabeça com a música, o cheiro e os solavancos do reboque sem cinto de segurança e arrependi-me de não ter ido aos solavancos até casa no meu carro, assim com'assim.
O que eu não previa era que o rapaz que conduzia o reboque decidisse ir a falar ao telefone o caminho todo. Não com auriculares, com o telefone na manita mesmo: primeiro para a dama, depois para uns 3 "manos", o que estou em crer que levou mámen a acreditar que o rapaz devia pertencer a uma família numerosa. Estava a rezar, em silèncio, para chegar quando o impossível aconteceu: o reboque avariou em plena A5.
A esta altura eu bufava, o mano saiu do carro sem colete para colocar o triângulo e eu estava dentro de um veículo avariado e transportar outro veículo avariado, uma espécie de auto-matrioshkas avariadas. Não quis esperar para ver se havia um reboque para rebocar os reboques avariados. Chamei um táxi e vim para casa.
Passadas duas horas chegou mámen, divertido. Com o ar cool que o caracteriza olhou para o meu semblante transfigurado, cara preocupada de quem bateu com o carro de serviço, ar enjoado do piva das trezentas folhinhas de cheiro, dor de cabeça da kizombada no disco-reboque, aborrecida com a condução completamente esquizóide do "mano" e com o tempo que demorei numa simples viagem de Lisboa a Cascais e exclamou com voz entusiasta: "pensa positivo: tu já andaste de reboque!".
E um catalizador pela cabeça abaixo, não?
17 comentários:
Vê as coisas pelo lado positivo...
Tens uma experiencia unica para contar...
Eu também já andei de reboque e por acaso enquadrava-se plenamente na tua descrição... Disco, cheirinhos (mas a outras coisas... daquelas que fazem rir), e o telemóvel...
Pelo menos o teu carro não incendiou... Mas quase arrisco a dizer que é um carro frances... Problemas com o catalisador costumam ocorrer nos chevrons e leões...
Há 2 anos aconteceu-me o mesmo, avairou-se-nos o carro em plena saída da 25 de Abril e fiz questão de voltar no reboque. Qual táxi, qual quê! E adorei: era um senhor romeno de uma terra perdida no meio do monte, onde eu por acaso tinha passado há 10 anos atrás! Foi uma viagem interessante de volta a Lisboa e posso dizer com orgulho: eu também já andei de reboque! :)
eu tb já andei de reboque e fui deixada nas portagens em Alverca... e depois desci para onde ia dar formação que era no final da estrada de acesso as portagens....
Nem imaginam o que fui gozada por isso!!!
Ah é tão bom andar de reboque. Já atravessei a ponte 25 de abril dentro de um reboque sem cinto de segurança e a achar que a porta estava mal fechada e que ia-se abrir a qualquer momento no meio da ponte e eu ia cair ao rio.
ahahhahah
Já andei de reboque. Duas vezes. Duma recordo-me mal. A outra não foi a mais agradável de sempre!
Catalisador é o motivo pelo qual podes ter gasolina sem chumbo. Ou o motivo pelo qual não podes ter gasolina com chumbo... Basicamente veio ajudar os popós a serem amiguinhos do ambiente!
ai meu deus ahahahahah lindo
A única vez que deixei acabar o combustível do veículo que conduzo, liguei para a assistência em viagem e deram-me a escolher entre levarem-me gasolina (cara que fazia doer) ou ir de reboque até à bomba mais próxima. Eu, ingénua que só visto, achei que era super esperto da minha parte ir de reboque grátis e pagar a gasolina ao preço normal. Um cenário inédito: Descarregaram-me em plena bomba, com um enorme estardalhaço e eu... Faço psicanálise até hoje. Nunca consegui ultrapassar o trauma.
Ahahahah! Uma vez li um comentário num post teu de alguém que dizia que há coisas que parece que só te acontecem a ti. Chegou a altura de citar esse comentário. Só mesmo contigo!
O que eu já me ri sozinha! As minhas colegas devem achar que bato mal da mona, porque de vez em quando rio-me para o computador. Valha-me ao menos a tua boa disposição para animar os meus dias que andam tão tristes! És um postal mulher! Abreijos do NUORTE..
Pffft...eu sou dono de um reboque!
Grande dia, ao menos tinhas a Ana em casa para ajudar na reabilitação
lisboa, julho, não faltava muito para irmos ver o jamie cullum ao edp col jazz, carro pára a uns 500 metros do hotel onde iria ficar. íamos ver jonh legend no dia seguinte (não,não moramos em lisboa). rua apinhada naquela sexta feira, bocas e gestos de grande elegância, de todos os anormais que viam o carro parado a pensar que era só porque sim. veio o senhor do reboque, parecia um CSI, tirou tudo quanto era nota,só faltou fazer prova de DNA,e no fim, "- ah! como o hotel fica perto,e eu estou com pressa, tenho outro carro para ir buscar...", nem o deixámos acabar...fomos a pé, até porque, eu já andei de reboque,e uma vez chega!
Ahahaha vocês atraem os cenários mais hilariantes do mundo! :D Eu ainda me lembro quando me avariou o meu, em plena A1, e eu fiquei quase 1h à espera porque o reboque teve que ir entrar quase em coimbra para me vir buscar a aveiro! Dass... e ter que ir com ele, aos solavancos e a ouvir histórias do ultramar foi soberbo. Mais... e chegar a casa do alto daquela besta?!? Ahahahah
Nem tudo dá para experiências sociológicas positivas.
O que eu já me ri a ler isto...O que a ficção tem tanto de realidade! Gostei.
Filipe
Uma fotozinha a quadripolarizar o reboque, é que era! ;-)
Eh pah! Fiquei cheínhas de vontade de andar de reboque. Finalmente um desporto motorizado para uma pessoa da minha envergadura, kizomba e tudo !! :):):):):):):):):):)
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