Mas são sete da manhã, Ana! Acordaste sozinha?
Sim, pus o despertador a tocar porque tenho que lhe preparar o pequeno almoço de dia do pai: anda! Pronto, já cá estou na cozinha, orienta-me, Ana!
Já tenho a água a aquecer na chaleira para o café, alcanças o cacau da prateleira de cima da despensa para fazermos um bolo de caneca?
Ok, vou adiantando o bolo, estás a ir onde?
Vou aili meu quarto buscar o postal que fiz com um poema e que escondi debaixo do colchão para ele não descobrir.
Boa, vai! E traz o bloco de notas que fizeste na escola de prenda do dia do pai: ele vai adorar!
Já está mãe.
Ana, o bolo de caneca explodiu um bocadinho, desculpa!
Não faz mal eu espeto um oito para disfarçar: ele é meu pai há oito anos. Puseste tudo no tabuleiro? Sim, mais alguma coisa, Ana?
Traz o teu telemóvel para lhe tirarmos uma fotografia a acordar com a minha surpresa.
Oh Ana, o pai está a dormir com uma t-shirt coçada, não vai ficar bonito.
Oh mãe, cheira a café e bolo de chocolate e o pai é sempre bonito, está tudo per-fei-to.
Ok, pronto.
Bora lá! (Som de estores a subir e uma nesga de sol a dar a luz certa para esta manhã de amor). Feeeeelizz dia do pai!
Oh, obrigado filha. Que surpresa tão boa!
Gostaste?
Gostei.
Pai?
Sim? (Segurando-lhe o rosto com as duas mãozinhas)
Eu amo-te mesmo muito.
Eu também, loirinha. (
Abraço em silêncio durante muito tempo)
Bora comer?”
Tenho o pai mais feliz do dia. Feliz dia, Rui!