sexta-feira, 14 de agosto de 2020
Férias nas Caldas # I acto
quinta-feira, 13 de agosto de 2020
#deusétuga | Ai, eu estive quase morta no deserto e Santarém aqui tão perto
A música é com Porto e a voz profunda do Sérgio Godinho mas "perto" é mais que um state of mind: é uma dimensão física também. E o distrito vizinho é Santarém e tirando a capital do Gótico, o lavar de vistinhas com os agro-betos da Feira do Cavalo da Golegã, um namorado que tive em Almeirim e que me apresentou as caralhotas (é um pão regional,tá? Mas é também uma chalaça brejeira e a pessoa completou 40 anos mas continua uma adolescente que se ri com piadas parvas: aguentem-me!), a paixão platónica que tenho com a cidade de Tomar e um torricado que me ficou para sempre na memória comido com a minha amiga Clarisse em Benavente, nunca me tinha dedicado a explorar as entranhas do distrito de Santarém. Posto isto, para efeitos de estilo literário o título do post faz muito sentido, sim?
Alcanena: a capital da pele
Fomos directos a Alcanena. Não sabíamos nada de Alcanena mas queríamos ir ao Centro de Ciência Viva da Foz do Alviela, pelo que, metemo-nos a caminho e chegámos num dia especialmente duro. Na verdade é especialmente "mal-cheiroso" mas "duro" fica menos ofensivo para o alcanenenses. Percebemos que a culpa é da indústria dos curtumes aliada ao mau funcionamento da estação de tratamento de águas fluviais, segundo nos contou um senhor com quem metemos conversa num café. Demos uma volta pela cidade e descobrimos que em Minde, uma localidade pertencente ao concelho, há uma língua própria: o minderico e ficámos com mais curiosidade de explorar "a capital da pele" mas num dia com menos calor e odor.
Seguimos, então, para o nosso destino programado: o Centro de Ciência Viva da Nascente do Alviela, também conhecido por Carsoscópio. Comprámos bilhete para este centro (erradamente, como viríamos a descobrir depois mas lá chegaremos) e começámos a visita. O tema principal do centro aborda as nascentes dos rios, as águas subterrâneas, o impacto da poluição e... os morcegos. O que prova que karma is a bat, tendo em conta a minha experiência traumática com morcegos há uns anos (não chamem o SOS animal que o crime já prescreveu, por Deus! E eu já sou uma mulher crescida e madura: se fosse hoje surtava sem reação mesmo.) A Ana adorou o simulador gigante (embora eu e mámen consideremos que a linguagem devesse estar mais adaptada ao público infantil), colocar óculos 3D para assistir ao filme e fazer todas as experiências sobre o impacto da poluição nas águas subterrâneas e depois foi o delírio com toda a informação sobre morcegos. Para mim foi bom porque oscilei entre a náusea e a vontade de bolsar e fiquei sem apetite até ao jantar, o que dá jeito para a dieta.
Saímos do CCV que fica mesmo ao lado da praia fluvial de Olhos d´Água (sim, confesso: o Toy fez um concerto na minha cabeça o tempo todo!) e ... mergulhámos. E que spot fantástico, caramba! Adorei, adorei, adorei! Água limpíssima e fresquíssima, peixes a passarem entre nós, gente civilizada e a respeitar a distância social, casas de banho e acessos dignos e bar de suporte e staff disponível. Não só recomendamos como queremos voltar antes do Verão acabar!
Tancos, Almourol, Vila Nova da Barquinha e Constância
Chegámos a Tancos e não resisti à piadola de que deveriam ter por lá à venda t-shirts a dizer "I went to Tancos and all I didn't get was a lousy military weapon" mas, ironias à parte, Tancos é um lugar super arranjado e bonitinho. Mas o nosso objectivo era ali ao lado: Almourol. Estacionámos o carro e fomos a correr para a pequena embarcação que nos ia levar até ao Castelo (4€ por bilhete de adulto e a Ana não pagou. O bilhete inclui a travessia de barco que demora uns 4 minutos e a entrada no castelo. Há um acesso por terra mas, pelo que percebi, é proibido chegar de outra forma que não seja via rio).
Mega "ohhhhhh" à aproximação do barco ao castelo, numa vista tão bonita como instagramável. Tudo lindo. Quarenta e cinco minutos dentro das muralhas e de visita ao castelo e voltámos para terra. Constatámos, nesta altura, que tínhamos deixado o carro aberto, com o cartão-chave lá dentro e que não tinha sido sequer tocado por nenhum transeunte. Tenho, agora, um belíssimo contra-argumento para sempre que o meu marido quiser armar-se em recalcado e referir-se ao carro como "a minha bomba" explicar-lhe que se calhar não e bem assim, já que fomos a Tancos e nem por misericórdia lhe roubaram o bote... (desculpem! Eu sei...)
Era hora de almoço e alguém nos tinha recomendado a Tasquinha da Adélia, em Vila Nova da Barquinha. E que excelente sugestão! Comemos imenso os três - por um preço obsceno de barato (16€) - grelhada mista no ponto, bebidas, sobremesas e cafés. Demos uma volta pela zona ribeirinha (que bonita!) que tem um parque verde muito giro com vista para o Tejo e seguimos para Constância.
Constância (que antigamente se chamava Punhete!) é muito catita de um determinado ângulo. Só que depois há o ângulo das indústrias que descaracterizam aquilo tudo e a vista da ponte é tão bonita e uma pessoa vai ali tão feliz quando, de repente, leva um chapadão de realidade ao ver milhares de troncos no chão e as chaminés altas das fábricas de celulose e produção de pasta de eucalipto. Glup!
Mas decidimos explorar a vila e começámos pelo Jardim Horto de Camões (1,5€/entrada por adulto). Uma senhora simpática tratou de nos cobrar a entrada e logo se afastou para podar algumas das trepadeiras do jardim, deixando-nos explorar à nossa vontade. Regra geral apreciamos esta liberdade mas desta vez foi estranho porque nos sentimos perdidos e não havia uma narrativa explícita e congruente que nos fizesse viajar pela epopeia do filho mais famoso da terra e de toda aquela flora que representava essa viagem. Claro que aproveitámos para falar de Camões à Ana mas sentimos que havia tanto potencial e estava um bocadinho mal explorado. Valeu-nos o canteiro com uma coleção imensa de trevos de quatro folhas que fez as delícias da miúda.
Seguimos para o Centro de Ciência Viva- Parque de Astronomia que estava fechado para o almoço e só voltaria a abrir passadas duas horas, o que nos fez desistir mas prometer que aqui voltaríamos. O borboletário tropical era ali ao lado e estava também no nosso roteiro. Só que não: está fechado temporariamente por causa da covid e tivemos que nos contentar com uma actividade sobre insectos na ecoteca pública, que estava um bocadinho confusa. A esta altura estávamos um bocadinho desiludidos com a "vila -poema"(sim, o tejo e o zêzere abraçam-se mas estava tuuudo fechado!) e decidimos, num impulso, ir refrescar as ideias ao açude de Santa Margarida ali ao lado mas ficámos pelo caminho e tratámos de chafurdar num tanque público ali ao lado. Foi genial!
Estávamos "auguados" de rios e barragens e águinha em geral e ... Ferreira do Zêzere e barragem de Castelo de Bode. Mega wow! A Ana já não queria ir embora ("e se dormissemos no carro, mamã?") e foi a muuuuuito custo que a arrastámos para o nosso próximo destino, só depois de prometermos que vamos passar um fim-de-semana a Castelo de Bode mais para a frente.
Acabámos uma das tardes na Praia Fluvial da Ortiga e, meus amigos: fabulosa! Pouca gente, super limpinha, sem confusão. Super mas super mesmo recomendamos!
E no caminho para um novo distrito despedimo-nos do distrito de Santarém com a visão, até então, da vila mais bela de Portugal: Dornes (é de mim ou tem nome de terra de Game of Thrones?). O que é aquilo senhores? Tanta mas tanta mas tanta mas tanta mas tanta beleza! Já disse tanta beleza? Agora era eu que já perguntava a mámen se podíamos dormir no carro e ficar ali mais dois ou três dias ou o resto das férias, vá...O homem não cedeu, mesmo que eu lhe tivesse acenado com a ideia de pintar a torre templária pentagonal e a igreja maravilhosa e para isso ele precisaria de algum tempo, mas mesmo assim resistiu e eu fiquei como a santa padroeira de Dornes: num pranto. Agora só penso em voltar!
Seguimos viagem para o distrito de Castelo Branco com a certeza de que somos uns totós e não exploramos como deve ser lugares deslumbrantes que temos mesmo aqui no distrito vizinho e a certeza reconfortante de que identificámos lugares que queremos voltar e explorar como destino principal durante escapadinhas de fim-de-semana. Voltaremos: é uma promessa.
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Top do distrito de Santarém:
Pólo Norte- Dornes
Mámen- Ferreira do Zêzere
Ana- Ólhos d'Água
#deusétuga: prelúdio
Etapa 1 | Lisboa- Évora- Santarém- Portalegre- Castelo Branco- Guarda- Bragança- Vila Real- Viana do Castelo-Braga- Porto- Aveiro- Coimbra e Leiria (os outros quatro serão picados antes do final do ano)
Havia muitos planos para as férias deste ano: eu faria 40 anos, a festa seria de arromba, estaria obviamente mais magra porque estaria focada na dieta, na Páscoa teríamos ido à feira de Sevilha com a Ana e agora em Julho receberia o subsídio de férias depois de quase um ano num trabalho tranquilo e do qual gosto muito e partiríamos- os três- para Nova Iorque abraçar a minha soul sister Eileen. Depois road 66 e seria um Verão inesquecível.
Mas veio a pandemia e lá se foram os planos.
Eu tenho muita resistência à frustração (aliás, frustro pouco porque nunca dou nada por certo e garantido: sou das que nunca compra bilhete de ida e volta) e não planeei mais nada. Logo se vê.
Então ele propôs-me, até ao final do ano, darmos um giro quadripolar, uma espécie de volta a portugal de bólide e mostrarmos todos os distritos do país à miúda, uma road trip como adoramos, com improviso e aventura mas em Portugal. Começaríamos em força agora no Verão a cumprir 14 distritos do total de 18 (a esta hora, de certeza que estão a dizer baixinho o nome de todos).
Pensei que era fixe a título de prémio de consolação mas, afinal, a ideia pareceu-me cada vez mais emocionante.
No instagram do Quadripolaridades criei umas stories com o esqueleto do percurso que planeávamos percorrer e fomos pedindo e anotando as centenas (foram mesmo centenas) de sugestões que as pessoas que vivem ou conhecem bem cada sítio por onde iríamos passar nos iam dando. Ou seja, a excitação começou ainda antes de apertarmos os cintos.
Planear uma viagem é sonhar no plural. Eu recolhi todas recomendações, ele anotou e organizou e a Ana projectou tudo no mapa, que lhe comprámos na Bertrand. Mapa em papel: a loucura. Eu ouvi pessoas, ele estruturou os dias, ela tornou tudo realidade.
E, logo após o meu aniversário partimos. Foram um quase 2000 Km percorridos, muitos dias na estrada, muitas aventuras, muitas stories, diretos e posts de partilha no instagram e agora, na recta final da road trip e já a curtir o descanso dos guerreiros, arranjo tempo para deixar aqui tudo registado. Para quem quiser aproveitar algumas das dicas mas, sobretudo, para que eu não me esqueça.
Para a Ana construímos um diário de bordo com o roteiro detalhado, as histórias todas, com aguarelas dos sítios pintadas pelo pai e cartas escritas à mão por mim. Acho que lhe oferecemos um pequeno tesouro que resume a herança maior que lhe queremos deixar: mundo vivido.
Apertem os cintos: a saga quadripolar #deusétuga vai começar.
[É escusado dizer que custeámos esta viagem porque, como sempre, a nossa opinião não está à venda. Assim sendo, estamos à vontade para dizer o que gostámos e o que nem por isso, sítios mesmo imperdíveis e outros que benza-a-Deus. Agora não é uma realidade absoluta: é a nossa opinião. Mas, como sempre, é uma opinião livre. ]
terça-feira, 11 de agosto de 2020
o meu nome é Pólo Norte...
sexta-feira, 7 de agosto de 2020
Allegro ma non troppo
Já não vinha ao blog há meses mas nem me lembrei do blog. Ir de férias dá-me sempre um boost de energia e criatividade, as mesmas que me fazem falta quando não estou de férias e preciso de produzir e de trabalhar para sobreviver e, nessas alturas, escasseiam. Celebrei 40 anos e ainda não m'acredito. Tenho um trabalho muito fixe que não me desgasta nada emocionalmente e sinto falta de mudar o Mundo e de me desgastar. Encontrei a melhor colega de trabalho e descobri que há soul mates para tudo na vida: até para atender pessoas zangadas e mergulhar em papéis. O meu primo, que tem um défice cognitivo, oferece-me sempre livros eróticos de pornochachada pelas festividades. Decidi deixar de me zangar com o Mundo, não porque tenha alcançado um estado zen e elevado, mas porque não curto gastar energias com o que não muda. Ou seja, acabei de desistir do Mundo. "É o que é!"- é o meu novo mantra. É um bocado poucachinho mas, olhem, "é o que é". Perguntam-me, várias vezes e várias pessoas, porque desisti de tentar ser uma blogger famosa e respondo que não desisti, na medida que nunca quis ser blogger. Muito menos famosa. Gosto de públicos pequenos e seleccionados, escreveria sempre num palco tipo Olga Cadaval, os Campos Pequenos desta vida serão sempre para os toureiros. Ou para os touros. Estou assim de fechar a minha conta de facebook porque há muito ruído e pessoas a acharem-se muito, como se alguém se importasse. Gosto do instagram porque lá também não me acho muito. Gosto de ver os bonecos. A vida se calhar faz-se mais de imagens do que de palavras. Ou, pelo menos, as imagens selecionam melhor a audiência: quem não interessa vê as fotografias e faz scroll down como no tinder só que para baixo. Quem interessa pára e lê o post: as pessoas que me interessam têm menos motricidade fina com os dedos polegares. Coloco o mesmo post sobre o espanto de nos vermos em Serralves: no facebook acusam-me de apoiar a equipa que gere Serralves e que despediu trabalhadores precários, no instagram perguntam-se se a miúda se deslumbrou com os jardins. Gosto cada vez mais de menos gente. As pessoas continuam a usar máscaras com o nariz de fora e eu juro que fico perplexa. Percebi, na minha grande long trip, que era capaz de viver em montes de sítios e que nos podemos sentir em casa em vários lugares: Dornes, Tomar, Vila Velha de Rodão, Rio de Onor, Sortelha, Belmonte, Braga, Foz d'Égua, Viana do Castelo, Gimonde. E Aveiro, sempre Aveiro. O melhor do mundo são as pessoas. O pior do mundo são as pessoas. Comer bem, rodeada de pessoas seleccionadas com o mesmo rigor com que se escolhem os vinhos, é provavelmente o melhor hobbie do Mundo. Chega a uma idade da tua vida que não te importas de pagar mais e beber menos por um bom vinho e percebes, aí, várias respostas existenciais. Estou mais gorda e menos preocupada com isso. Deixei de seguir as redes sociais de todas as pessoas que advogam que temos que aceitar o nosso corpo e beca-beca, desde que o corpo seja magro. Recuso-me a prescindir ou a ter que fazer contas se posso ir a jogo ou não a um bom jantar entre amigos só porque tenho que fazer o sacrifício para a sociedade me ver magra. Entreguei a alma à netflix e adoro abobrar em frente ao sofá. Percebi que família é tudo: uma tragédia e uma benção. Preocupação constante e amor infinito. A miúda celebrará 8 anos e escolheu como tema "picnic da Barbie" e pediu-me para estrear um vestido pirosíssimo de 7 euro sda H&M. A minha primeira tendência foi sugerir que não e encaminhá-la para a Lanidor Kids para ficar igual às meninas dos catálogos. E depois percebi que a incongruência é tramada e que entre ela estar feliz e todos lhe elogiarem o vestido trendy e super in, quero mais é que ela se sinta feliz com o vestido e não esteja a servir de cabide a um vestido para que a sociedade a veja vestida segundo os padrões de beleza instituídos. A minha mãe ofereceu-lhe umas sabrinas douradas. A Ana sabe mais da vida aos 8 anos que nós juntas. A evolução das espécies está assim, quadripolarmente, provada. Estou a escrever um livro para ela com o resumo da nossa viagem de mais de 1000 Km. Não lhe deixo casacos de vison mas deixo-lhe palavras e acho que são capazes de ser mais úteis, até porque não faz assim tanto frio nos invernos por aqui. A não ser que me mude para Rio de Onor. E se tudo falhar o Rui voltou a pintar aguarelas. Já disse que a vida se calhar faz-se mais de imagens do que de palavras? Descubro que tinha saudades de escrever aqui no blog, sem limite de palavras. Entre facebook e instagram, se calhar, o melhor ainda são os blogs. O pior são as pessoas.
É o que é.
quinta-feira, 16 de julho de 2020
Lige goal
quinta-feira, 11 de junho de 2020
O amor é uma caixa de cerejas
domingo, 31 de maio de 2020
Voto de confinamentidade
Estou aqui que não me aguento de cansaço.
Acho que nasci mesmo para o confinamento, a clausura e a carmaletice descalça, mygas.
Encontros escaldantes uns anos depois
A miúda já se entretém sozinha umas duas horas em casa entre livros, jogos e televisão.
Aos fins-de-semana, tenho tido uns encontros secretos com a minha amiga sesta, essa maluca.sexta-feira, 29 de maio de 2020
Ontem à noite, a seguir ao jantar, para efeitos de digestão bebi chá de Gordon's
Agradecida.
Barbie Potter
Misérias da minha vida
Maio é um mês santo certo?
Tenho uma amiga
quarta-feira, 27 de maio de 2020
Só Deus me pode julgar
Pior mesmo só pisar cocó e sujar um pé até ao pescoço
FML.
Não há outro amor na vida
Eu (apontando para a bicha): "Fui eu quem fiz ISTO tudo. É toda minha!"
Mámen (tentando estrafogar a Ana, entretanto toda derretidinha no seu colo): "Mas a semente foi minha. Sem a semente nada DISTO tinha nascido!"
Ana liberta-se do colo dele num pinote e esclarece: "Muita calma, pai! É como com as sementes que a Paula me deu: não servem para nada sem água e sol. Tu deste a sementinha mas quem fez toda ESTA flor foi a mãe!"
Tummmmmbaaaaassss.
terça-feira, 26 de maio de 2020
Feliz Ano Novo, Marta!
A Marta celebrou o seu aniversário em quarentena.
A Marta tem um coração bonito com raízes profundas de valores e afectos e ramos que são abraços que nos dá com os olhos, o sorriso grande e também os braços.
Um coração bonito onde podemos fazer ninho e voar de lá e voltar sem cobranças nem exigências porque a Marta é toda ela Primavera, como o é o mês que escolheu para nascer.
A Marta fez anos e ele dedicou-lhe a primeira aguarela que pintou em muitos anos porque a Marta tem coração de flores.
E a sua amizade cheira a tulipas, borboletas, andorinhas e sol.
É para verem a fé que estes canastrões têm em mim
Para além do covid-19 também se pode morrer de solidão
Porque no reino dos desconfinados também bate um coração
Mas para mim hoje é um dia bom: o Quadripolaridades está - passados quase vinte anos- finalmente preparado para pessoas com necessidades de comunicação acessível.
Ali: no canto superior direito.
Agora só falta eu organizar-me e voltar a escrever com regularidade. :P
[Obrigada, João]
Ana, a precisar de relaxar
segunda-feira, 25 de maio de 2020
"Uma pessoa compreende o Mundo, pouco a pouco, e depois morre"
Ter olho para a coisa
domingo, 24 de maio de 2020
O Mundo divide-se entre...
terça-feira, 19 de maio de 2020
Só Deus me pode julgar
quinta-feira, 14 de maio de 2020
Vela-mãe
quinta-feira, 30 de abril de 2020
Só Deus me pode julgar
De nada
domingo, 26 de abril de 2020
Só Deus me pode julgar
sexta-feira, 24 de abril de 2020
Só Deus me pode julgar
De nada
quarta-feira, 22 de abril de 2020
Só Deus me pode julgar
De nada
segunda-feira, 20 de abril de 2020
Psicologia social, populismo, 25 de Abril e democracia em tempos de crise sanitária
A sociedade portuguesa mudou: quem lutou pelo fim da ditaduras e pela democracia, pela liberdade está, agora, na geração acima da dos meus pais. Eu e os da minha idade- os da geração Y-crescemos com a liberdade como uma verdade inquestionável, herdada sem mérito próprio, um dado adquirido. Somos os das conquistas rápidas, do imediatismo, dos avanços tecnológicos, da facilidade na aquisição de bens, dos créditos e do início da mudança do paradigma da comunicação e da interação social marcada pelo avanço da internet. Somos a primeira geração verdadeiramente nascida num novo mundo tecnológico, com relações de grupo mais rápidas, mais fáceis, mais imediatas, menos profundas. Somos os dos blogs, do hi5, do facebook e do instagram, dos que têm tantos estímulos que privilegiam a informação curta, rápida, directa, com menos texto e mais imagens. Somos, fundamentalmente, os do twitter: 280 palavras que resumam o Mundo e deixem-se de mimimis, que temos mais que fazer.
O nosso tempo, ritmo e vigor é mais rápido, mais veloz, menos paciente do que alguma vez foi: fazemos juízos de valor por notícias cujo título nos cabeçalhs apenas lemos e nem chegamos a abrir o corpo de texto, formamos opiniões porque vemos imagens bonitas publicadas por influencers e posicionamo-nos face a temas porque lemos discussões nas caixas de comentários das redes sociais, a que deitamos brevemente um olhinho, enquanto vamos ao wc, no horário do trabalho. Não queremos desperdiçar tempo com o que não é necessário desperdiçar: andamos para a frente os anúncios na televisão, pagamos as contas via internet, fazemos transferências por mbway, enviamos mensagens por email que não precisam de selo e de viagem para serem lidas, não esperamos para pagar portagens porque usamos via verde.
Não se trata de não comemorar: trata-se de adaptar a comemoração a outros moldes.
A liberdade existe e resiste. E eu acho mesmo que deve ser comemorada. É a liberdade que nos trouxe direitos e deveres como indivíduos e como povo: desculpem os ofendidos se, neste momento, priorizo o dever de nos protegermos e de travar as possibilidades de contágio que se abrirão com todas as excepões que se seguirão em prol ao direito de comemorarmos sem quaisquer concessões..
Vivamos.
Só Deus me pode julgar
De nada
quarta-feira, 15 de abril de 2020
"Não estamos todos no mesmo barco, estamos todos na mesma tempestade"*
Boas notícias: isto há-de passar (e nessa perspectiva, sim, se o que vier a seguir implicar o extermínio do vírus sem que seja substituído por algo pior ou mais mortífero, tudo há-de ficar melhor genericamente), o que não quer dizer que fiquemos todos bem. Os que morreram ou vierem a morrer entretanto, não ficam bem merda nenhuma, nem as sua famílias, vamos lá deixar-nos de lalaland.
quinta-feira, 9 de abril de 2020
Dia 8464393030272524 de quarentena
Pergunta ele: "Amanhã é sexta-feira santa: o que sugeres que cozinhemos?"
"Estou a pensar faze o meu próprio leite condensado na Bimby."
Olha-me com desdeém.
"O que é que foi? Não é peixe!"
New great grandparents on the quarantine #1
A tia Dulce é uma das minhas tias emprestadas favoritas: desempoeirada, fora da caixa, despachada e com um sentido de humor requintado.
A tia Dulce, para além de ser minha tia emprestada, é sobretudo avó. E que avó...
E, nesta altura, privada de estar com os netos e em situação de isolamento social, encontrou a maneira mais ternurenta de se fazer presente: criando cenários de filmes para os netos, na companhia do seu comparsa e marido e com uma dose de imaginação ímpar.
Durante os próximos dias vou-vos deixar espreitar pelo buraco da mesma fechadorab que espreito eu, todos os dias sedenta do que lá vem.
E vêm sempre coisas de-li-ci-o-sas!
Obrigada, minha tia Dulce: é a maior!
Só Deus me pode julgar
De nada.
quarta-feira, 8 de abril de 2020
Este blog já teve melhores dias
Só desgostos.
O Mundo divide-se entre...
Dia 9878755642 da quarentena
Só Deus me pode julgar
De nada
terça-feira, 7 de abril de 2020
Entretanto, numa galáxia não muito distante chamada Açores
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Foto: Raquel Gama do grupo de fb "Fãs do Tiaguim" |
Passeiam na marginal ao largo do perímetro das ilhas?
Quarentenacoisas bonitas para cacete # 9
A montanha
[São tempos difíceis de pudor porque há outros com tempos ainda mais difíceis e não nos resta nada senão afirmar, à laia de redução da dissonância cognitiva, que ainda assim somos privilegiados por mantermos o trabalho, o salário, a família nuclear junta, por estarmos saudáveis e vivos, embora vivamos em gaiolas gigantes num Mundo onde sempre voámos livremente.
Máxima de mámen em tempos de quarentena
"Não percebes nada. Tenho apenas uma única máxima para sobreviver a isto da quarentena..."
Ah, sim? Então qual é?"
"Happy wife, happy life".
...
Actually, he knows things.
Os maridos das outras são o pináculo da perfeição
Treinos de crossfit em casa. Danças em casal no Tik Tok. Pinturas dos muros do quintal (sim, Ana Veiga: esta é para ti.). Visionamento de séries. Pequenos arranjos em casa. Constroem pequenos móveis. Jogam playstation (Tostas: eu bem vejo!).
O que tem feito o meu?
Engorda-me.*
[ * Batatas selvagens. Bolo de cenoura. Pão da Titá. Bola de carne. Pão da Filipa Gomes. Ovos rotos. Bolo de bolacha. Broa de milho. Red velvet. E ainda só vamos na terceira semana disto...]
Só Deus me pode julgar
segunda-feira, 6 de abril de 2020
Ana, a mercenária
É, também, super empreendedora e orientada para a tarefa.
Acabou uma série de caça-sonhos e decidiu publicá-los na sua conta de instagram. Uma seguidora decide fazer o quebra-gelo.
Apreciem:
Juro que sou mãe dela!
O mundo divide-se entre...
Dia 46454545 de quarentena
...
Desafio "dicas de beleza quadripolares em tempo de quarentena" # Sofia
Obrigadinha, professora!
A Ana, obviamente, tratou de me perguntar quantos dias demoraríamos a ter um feijoeiro digno de assim ser chamado.
"Várias semanas. Talvez mais que um mês"- respondi.
Está a chorar há mais de quinze minutos porque acha que é uma indirecta da professora para o tempo que a quarentena ainda vai durar...
FML.