sexta-feira, 10 de janeiro de 2025

Há um episódio da Princesa Sofia




Há um episódio da Princesa Sofia em que ela aconselha à amiga a pensar em coisas felizes quando ela se sente muito triste ou zangada.*

[A primeira vez que vi a Ana, olhos nos olhos, sangue com saliva de beijos, coração a transbordar. Cortar as pontas do feijão verde com a minha avó, a faca de cabo de madeira, para a seguir ela me fazer peixinhos da horta. Apanhar o autocarro para ir com a minha mãe comer hot dogs a um carrinho ambulante, em Cascais, às sextas-feiras quando não tínhamos dinheiro para nada, quase nem para comprar hot dogs. A hora em que o meu avô chegava do trabalho para almoçar e a mistela que me fazia, esmagando as batatas e o peixe cozido, de modo a convencer-me a comê-los. O cheiro a lavanda da minha professora Emília da escola primária. Os olhos castanhos da Laica, a (única) cadela da minha vida. Papo-seco com manteiga derretida nos bicos do fogão. O dia em que a minha tia chegou de Londres, depois do que para mim pareceram séculos de anos de emigração, numa altura em que mal havia telefone quanto mais skype. Sentir que chegava ao céu sentada nas cavalitas do pai que tive antes de deixar de ter pai. O pão por Deus, todos os primeiros de Novembro, a passear com a minha mãe de saco na mão pela minha rua, todas as vizinhas a sorrirem e a darem-me doces ao ver-me passar. O dia em que calcei uns sapatos que não as horríveis botas ortopédicas, tinha uns dez anos, acho eu. A primeira vez que vi a minha prima na maternidade e o sentimento de que era um bocadinho minha. A primeira vez que viajámos as duas, eu e a minha mãe, no cruzeiro a Marrocos, prova dos nove em como nos safávamos sozinhas.O cheiro das folhinhas da minha colecção de blocos. Cada cinto de cor diferente conseguido no karaté. Groselha, capilé e leite com nesquick colocado em couvetes e transformado em gelados nos Verões da minha infância. O balanço do corpo da minha avó, em noites com dores graves, a embalar-me enquanto se aninhava ao meu lado na cama apertada. O sorriso imperfeito do meu avô. O lançamento dos livros, o orgulho nos olhos de toda a família. A viagem à Eurodisney com a minha mãe, de auto-caravana. Conseguir fazer o pino de cabeça. O meu tio, sóbrio e jovem, a levar-me ao Avante. O meu primeiro beijo na Vagueira e o coração a sair-me pela boca. A sensação de poder a beber um copo ao cimo das escadarias do Bahaus com a Cláudia. A minha festa de 18º aniversário a ver o dia nascer no Tamariz. O fogo de artifício e o jogo de luzes no fim da minha primeira noite na Expo'98 com o João. O meu nome na pauta exibida na vitrina da Reitoria. Os olhos orgulhosos do meu avô a contar a toda a gente que eu tinha entrado na faculdade. O primeiro dia de praxes. O dia em que nos beijámos pela primeira vez no terraço da faculdade. Cheiro a relva acabadinha de cortar. Andar de barco no Serpentine e ser feliz em Covent Garden. Trabalhos académicos partilhados com eles na casa da Avenida de Roma e muita pasta ao almoço e ao jantar. A primeira vez que acampámos na Caldeira de Santo Cristo e toda a paixão que sentíamos sob aquele céu estrelado. Encontrar o conforto nos olhos da minha mãe sempre que estou doente (e passa sempre porque os olhos dela curam tudo). O dia em que a minha avó "acordou" do AVC e voltou a falar e a esperança que senti. A primeira chave de uma casa só minha no porta-chaves. Os primeiros cartões profissionais com o meu nome ali gravado. Aquela noite no Alcatruz. O sol de Cabo Verde na minha pele e ponchas partilhadas com a minha comadre. A marcha nupcial a tocar e lá à frente todas as pessoas que eu mais amo a partilharem não mais que dois metros quadrados. Lapas grelhadas nos Açores. A minha mãe a ajeitar-me o cabelo por debaixo do véu de noiva. O "sim": o meu e o dele. O lenço dos namorados que me ofereceram e as minhas raízes minhotas para sempre presentes. Muitos amigos felizes por nos verem felizes. O cheiro a jasmim e o amanhecer no deserto com vista para lagos coloridos numa lua-de-mel inesquecível. A reconciliação num aeroporto insular. Os livros dele novamente na estante da nossa casa. As conversas de carro na road trip pela Escócia. Aletria no Natal. Os saltos de alegria imensa dele ao olhar para a confirmação de um teste de gravidez. Nova Iorque a dois e meio. Cheiro a hortelã e canela. O ar incrédulo da minha mãe a receber a notícia que ia ser avó. O grito de euforia da minha prima ao ouvir a notícia que era uma menina que aí vinha. Dias de Santo António comemorados em minha casa com a Cláudia e a Rosa. O beijo que ele me pousou assim que entrou no quarto, primeiro que tudo, antes sequer de ver a filha que tínhamos acabado de fazer nascer. O cheiro dos livros que eu mais gosto de ler. A chegada a casa e a sensação de sermos uma família de três. A primeira gargalhada. A primeira palavra "mamã". Queijo e vinhos franceses comidos num terraço de Montmartre. Beijos de bochechas cheias todas as noites. Deitar-me em conchinha nas noites frias de Inverno. Tom Jobim a tocar no ar. As gargalhadas deles enquanto ele lhe dá banho. Sushi em dias tristes. O cheiro dela enquanto a massajo com creme Mustela a seguir ao banho. O respirar dela no meu colo a adormecer. Mojitos bebidos a três (mosqueteiras). Ramos de malmequeres oferecidos sem pretexto nenhum. Descobrir Budapeste a dois e sentir que o meu lugar é sempre onde somos felizes em plural. A minha mãe a rir em coro com a minha filha. Sol na pele. Dez anos de casados numa igreja velha com a sensação mais plena de espiritualidade que já senti. A caixa de música de corda que ele me ofereceu. Pés descalços. A alegria dela quando abre a porta e o gato a espera. O cheiro a fruta fresca todos os sábados no mercado pela manhã. Expressões de todas as minhas pessoas concentradas no rosto da minha filha. Estocolmo doente de braço dado com ele a amparar-me. Aniversário numa pizzaria com todos os meus amigos. A Ana a aprender a ler. Ser a fada dos dentes da minha filha. Road trip no Pico e o amor de pessoas boas. Ficar boa depois de seis meses muito doente. Amar os outros como forma de nos amarmos mais a nós mesmos. ]

* E depois, quando a amiga pensa, faz-se céu limpo e arco-íris no Mundo.

[Agora, comigo também.]. 


Texto de 20/03/2019, perdido no histórico do feed do meu facebook

Qual é a vossa música-tesourinho-deprimente*?



*aquela que têm vergonha de assumir que adoram porque está para lá de ultrapassada

quinta-feira, 9 de janeiro de 2025

Eau d'velhice




Dói-me a omoplata há imenso tempo. 

Tomo um banho quente, visto o pijama e Mámen vem dar-me um abracinho:

"Cheiras bem! Que perfume é esse?"

...

...

...

Era um Transact que tinha acabado de colar no costado.


Fui signatária de uma carta aberta* que teve hoje projeção nos media

 Pergunta-me a minha filha, com os olhos muito arregalados:



"Tu és UMA PERSONALIDADE, mãe?!"


[* Para quem quiser saber mais pode sabê-lo aqui]

Updates #a minha tia

 Mesmo jogo que contei aqui (link). Tem escrito no post it na testa "João Baião" e já perguntou se era um apresentador de televisão e já lhe respondemos que sim. "Goucha"? Não. "Júlio Isidro"? Não. "Vasco Palmeirim"? Não. "Cláudio Ramos?" Não. 

Corre os nomes todos, menos o certo e faz um sorriso de eureka: "É o Hélder Reis! É o Hélder Reis!"

Ninguém sabe quem é o Hélder Reis e responde muito admirada, como se o dado fosse de cultura geral:

"Por amor de Deus: é o melhor amigo do Goucha"

Não acertou no Baião mas sabe tudo sobre... o Hélder Reis!

Está óptima, obrigada!

Imaginem que entram na vossa casa onde vivem sozinhos...

 ... sentem liberdade ou solidão?

quarta-feira, 8 de janeiro de 2025

Ana, a desportista

Ana, tem excelentes notas a todas as disciplinas (é meio geek, sai ao pai...). 

Com uma excepção: a Educação Física (tem a coordenação motora de uma galinha bêbeda: sai a mim, minha ryca filha!). 

No entanto, decide que essa é a área em que tem que investir mais e inscreve-se em tudo o que pode do ponto de vista desportivo para ver se trabalha nas suas oportunidades de melhoria (não sai a ninguém, que eu e mámen somos uns loosers). 

Inscreveu-se num torneio de basket e eu e o pai ficámos muito admirados, expectantes, receosos, entusiasmados. 

Segue troca de mensagens com ela (e cuja publicação autorizou):


Eu super feliz e eufórica, ligo-lhe para reforçar os parabéns. 

Agora: adivinham ou querem que vos conte?

...



12 pinhões para o Ano Novo



Há uma memória muito antiga que tenho em que sou pequena e encontro-me a sair da creche, vestida com um bibe verdade aos quadradinhos com bolsos largos, acompanhada de todos os meninos da sala da Teresa, que era o nome da minha educadora.


Dirigimo-nos a um pinhal que havia ali mesmo à beira e sentámo-nos no chão com pedras a bater sobre pinhas caídas e depois, cada um na sua, íamos sacudindo aquela fina pele que os cobre e deliciavamo-nos com os pequeninos pinhões.

Eu que sempre tive uma motricidade fina sofrível deparava-me com visíveis dificuldades na cacetada das pinhas usando os pequenos calhaus e a Teresa abeirava-se de mim e exemplificava, tentando ensinar-me a melhorar a estratégia, mas sem me substituir. Às tantas a Diana, que era uma menina um ano mais velha, sentou-se à chinês ao meu lado e foi-me ajudando a dar pedradas nas pinhas, para que eu pudesse comer mais pinhões.

Comemos, muitos, imensos, sentadas lado a lado, as duas. Ela menos do que comeria sozinha. Eu mais que teria comido se ela não me tivesse vindo ajudar. Mas comemo-los a rir na companhia uma da outra.

Que em 2025 tenha a sorte de ter quem me exemplifica e ensina sem me substituir. Que em 2025 tenha a bondade de ter quem se senta ao meu lado a ajudar-me a sorver os pequenos prazeres da vida.

Que em 2025 tenha a maturidade de não desistir, de ser humilde e aceitar ajuda e de não sentir culpa de cada vez que coma um pinhão que a vida me oferecer.

E que não me faltem bolsos na bata, caminho em pinhais, pinhas no chão, pedras afiadas e o prazer de comer pinhão a pinhão.

Por estes dias




Já não blogo do meu local de trabalho, do meu gabinete corporativo em Miraflores. Nem do telemóvel, com urgência, na minha hora de almoço em mesas solitárias de restaurantes, como fazia quando trabalhava em consultoria e passava a vida entre clientes. Já não trabalho em Recursos Humanos nem sou anónima, por isso, já não posso escrever sobre os CV que recebia com endereços de emails como "coxaspoderosas@hotmail.com" ou relatar entrevistas inusitadas, como aquela vez que entrevistei um senhor ex-combatente do Ultramar, amputado de um braço, que me esticou o seu gancho para me dar um aperto de mão e eu ia tendo um fanico. 

Não consulto o sitemeeter nem o blogómetro. Nem sei, hoje, para que me interessavam os números. Nunca ganhei um cêntimo com este blog e, embora a maioria das minhas amigas diga que fui uma burra por isso, acho que fiz o que sempre me pareceu certo. Fazia-me bem ao ego. Escrever é, quase sempre, um exercício de ego. Sou como toda a gente. 

Já não há uma primeira liga de blogs e eu gosto disso, mesmo que sempre tenha feito meio que parte dela, nunca fiz totalmente parte dela. Sempre fui uma outlier e gosto dessa posição indefinida. Nos blogs mas também na vida. Não gosto de pessoas que são sempre muito consistentes, muito rígidas, muito uma coisa só. Fui uma multiplicidade de coisas. Vivi mil vidas. Ainda sou e ainda vivo.

Não há pressão para escrever sobre o tema do dia, ser a primeira a deixar um ponto de vista inédito ou andar a trocar cromos em caixas de comentários. Aprendi que nem sempre preciso de dar a minha opinião. E que, muitas vezes, entre ter razão e estar em paz, o melhor é sempre estar em paz. E também aprendi que nem toda a ação tem que ter uma reação. E que o silêncio também é muitas vezes uma forma de voz. 

Já não vou a todas. Escolho as batalhas, criteriosamente, e aprendi a reservar a minha energia para apenas algumas guerras. Aquelas que quero mesmo travar. E nas quais faço a diferença. Poupo-me. Poupo-me muito. 

Já (ainda?) não há hate blogs nem malucos à solta. Gosto dessa sensação não persecutória que isso me permite neste exercício de escrever. 

Escrevo, agora, sempre quando chego do trabalho nada glamouroso mas que é uma incrível fonte de realização. Venho almoçar a casa, com mámen, e esse é dos maiores luxos que conquistei. Almoçamos comida caseira que preparamos na véspera à noite, sentados e com vista para o jardim, sem correrias, enquanto conversamos. Temos tempo para passear a cadela que cumpre a sua função e representa um grande objecto emocional nesta fase da minha vida, em que a miúda está a crescer e precisa menos de mim. Precisamos sempre que precisem de nós? Estou a descobrir.

Escrevo sempre sentada no sofá, com tempo e disponibilidade. Reservei uma slot de tempo do meu dia para isto. Começo por ler os comentários que me deixam e que me provocam um excitex do camandro (comentem, por favor!). 

Depois escrevo o que me apetece, como este texto, e sinto aliviada a necessidade de deitar cá para fora estes pensamentos soltos. A gata fica ao meu lado a receber o calor da fonte de alimentação do cumputador. Os gatos nunca precisam de nós: toleram-nos. Esta- coitada- lá me tolera a mim e à cadela, sempre com ar enfastiado. Havia muito a aprender com os gatos. 

Já não cravo imagens ao Prezado. Faço-as todas utilizando a inteligência artificial e isso diverte-me imenso. 

O fim do anonimato inibiu-me de escrever sobre muitas coisas giras, da forma como gostava de escrever sobre elas. Da forma como as penso e interpreto. Rio-me muitas vezes para dentro ou em círculo fechado de amigos. Tenho, agora, que pensar como as posso reescrever de forma a não melindrar ninguém. A Ana lê este blog e isso, parecendo que não, muda tudo. O que vale é que, aos 12 anos, ainda me acha graça.

Tenho tido uma pica enorme neste regresso. Não sei até quando. Mas aprendi que a vida é uma sucessão de presentes. E que "logo se vê" é a resposta certa para quase tudo o que nos acontece. 

Obrigada por estarem por aí. Mesmo.  

Foram dias e dias. E meses e anos no mar. Percorrendo uma estrada de estrelas. A stalkar.

Há um episódio de Modern Family em que a DeDee, ex-mulher de Jay, morre. 

DeDee não é uma personagem muito querida, até porque Gloria, a jovem e sexy mulher actual de Jay, sente-se ameaçada pela mãe dos filhos mais velhos do marido e, na verdade, a Gloria é a personagem estrela de toda a série. 

Ora, neste episódio específico, e depois de muitas peripécias ao longo de várias temporadas, a DeDee morre. Quina. Kaput. 

E antes de morrer a Dedde manda fazer uma figurinha dela em pvc que oferece aos netos para que não se esqueçam dela. Acontece que, durante todo o episódio, a figurinha da agora falecida é esquecida, pousada, encafuada em vários sítios inusitados, sendo que, inadvertidamente, Gloria apanha vários cagaços ao cruzar-se com a bonequinha de plástico da ex-rival que está, literalmente, em todo o lado.

Sou suspeita- que adoro a trama de Modern Family- mas o episódio divertiu-me, à época, horrores. 

Até que o esqueci mas só até este Natal, em que os meus sogros vieram passar as festas connosco. Porque... a minha sogra decidiu fazer-se acompanhar da sua própria DeDee. 

No primeiro dia, ao pequeno almoço, esqueceu-se dela na consola da entrada e eu, acabada de sair da cama, bati com os olhos na senhora, ali, pousada, a fitar-me. Sorri, intrigada sobe o que raio fazia aquela figura ali.

No segundo dia, já me tinha esquecido da senhora, quando sentada à mesa de jantar, viro-me para trás para apanhar um saca-rolhas, e ali está ela em cima da estante, armada em Mona Lisa a micar-me. 

Fingi não ter reparado, não tossi, não mugi, não perguntei nada. Aquele mistério haveria de se desvendar. 

E, durante quinze dias, entre fases em que a minha sogra via reels e rezava em simultâneo porque o multitasking a assiste, a porra da senhora estava em todo o lado: na cozinha, na sala, na casa de banho social, na minha casa de banho, no bolso da minha sogra, na mala da minha sogra, no parapeito da janela da sala, em cima da escrivaninha, no quarto da Ana, quase que podia jurar que a cheguei a ver dentro do microondas. Everywhere. A fitar-me, a micar-me, a stalkar-me. 

Acabaram as férias de Natal e a minha sogra voltou para a terra. 

Não sei como vos dizer que sinto um certo vazio face ao seu desaparecimento. Mas depois lembro-me que ela era exactamente assim:


Não é medo: é respeito. 

Mentira: é medo mesmo, caredo!

terça-feira, 7 de janeiro de 2025

Ajuda do público




E agora?

Desbloqueio rubricas que estão em rascunho (as Quadripolarizações?)?

Transfiro para aqui posts que estão perdidos nas redes sociais?

O que mantenho das rubricas anteriores?

Quem me estará a ler em 2024? Existirão leitores do início e dos primórdios do blog?

Haverá por aqui pessoas pela primeira vez?

O que gostariam mesmo de ler estas pessoas?


Sim: vocês!


[Se isto se aguentar até Dezembro fica aqui a promessa pública do regresso do PPC]

O mundo divide-se entre...

... as pessoas que são orgulhosamente proprietárias de uma airfryer e as outras. 

segunda-feira, 6 de janeiro de 2025

Soooooltem a parede

 A rúbrica "O Mundo divide-se" saiu do arquivo. 

Updates #Mámen

 


Continua a viver comigo e a resistir, de forma estóica, aos mil acidentes domésticos que lhe provoco. Tipo no primeiro dia do ano, o dia em que lhe pedi ajuda para me ligar o carregador do computador à tomada e quando veio ao de cima deu uma cabeçada épica na poleia do candeeiro de parede e quando vimos estava com a testa com um lenho que não parava de deitar sangue. "Queres ir ao hospital? Desculpa! Desculpa!"- eu aflita. 
"Estou casado contigo há quase 20 anos: achas que não tenho sempre pontos de colar na caixa de primeiros socorros?"

Está benzinho, obrigada. 

Piaçaba de ouro




 A pessoa volta e é muito comentário a evocar o post do IKEA. 

E o IKEA nunca deu o devido valor, nem um piaçaba de reconhecimento, nada. 

A modos que é isto: a minha carreira na blogosfera resume-se a um post mal cheiroso. 




Porca miséria.

O momento em que te sentes velha pela primeira vez.

 


No outro dia vi no threads a pergunta: "Quando foi que te sentiste, pela primeira vez, velha?".

Fiquei a remoer naquilo algum tempo. Terá sido quando me trataram por "senhora" pela primeira vez a atenderem-me numa loja? Quando me morreram os meus avós e deixei de ser a menina de alguém? Quando comecei a apreciar vinho tinto? Quando passei a ser "a mãe" e me despojaram do meu nome próprio assim que a minha filha nasceu e as educadoras, as pediatras e as pessoas que gostam mais de crianças que de adultos me passaram a tratar assim? Quando passei a não suportar a ideia de uma noite passada numa discoteca ou de um bar barulhento? A preferir passagens de ano em casa? A usar fato de banho em vez de bikini para disfarçar a barriga pós-parto? Quando passei a temer abrir a caixa do correio porque são só cartas com contas para pagar?Quando comecei a dar conta que me nascem cabelos brancos, as pálpebras descaem, tenho olheiras debaixo dos olhos e as minhas bochechas cedem à gravidade? Quando me convidaram para o jantar de 25 anos do fim de curso? Quando percebi, há dias, que este ano vou ser mãe de uma filha verdadeiramente adolescente?

Não. Foi hoje quando percebi que já não tenho dores apenas numa estação do ano mas em todas. Na Primavera as alergias e a febre dos fenos, espirros e o camandro. No Verão a tensão baixa, as coxas assadas e a sensação de desmaio constante. No Outono o início dos resfriados, constipações e gripes  várias. E, claro, no Inverno o cliché das dores musculares, os joelhos a rangerem e os ossos enregelados. 

Não sei se agora, também como com os meses do ano, se escrevem as estações do ano em letra minúscula. Eu não escrevo, quero mais que vão para o Inferno. 

Sou uma pessoa idosa de forma consistente nas 4 estações.  E no manguito constante ao uso do acordo ortográfico. 

Aguentam-me?

Morreu a Adília.

 Oiço no telejornal que a Adília Lopes morreu, enquanto ponho a mesa, pratos perfilados, os meus sogros de visita cá em casa, o Rui a chamar-me da cozinha "não te esqueças de levar os guardanapos!", a Ana a discutir com a cadela, a minha sogra a perguntar-me se pode usar a casa de banho do meu quarto, a reportagem com a cara da Adília, eu a tentar ouvir a notícia mas sem querer escutar, o meu sogro a ir buscar os guardanapos, eu estarrecida, congelada, "pode antes ir à casa de banho social? É que a minha casa de banho está desarrumada!", a cadela a ladrar para a Ana, "pões a base da panela na mesa?", a Ana a rir "a mãe odeia panelas na mesa: mete numa travessa, pai!", a minha sogra a arrastar-se, contrariada, para a casa de banho social, os guardanapos a serem dobrados por mim roboticamente, a Adília- agora morta- a recitar um poema, naquele jeito de dona de casa lisboeta, uma personagem da Alice Vieira da minha infância, a mãe da Maria João do livro "Úrsula, a Maior", a cadela a saltar em meu redor a pedir atenção, a Ana a juntar-se à sala "onde está a avó?", a minha sogra a responder "Oh Diabo, deixei cair um xanax no chão da casa de banho e a gata acabou de o comer!", a mesa posta, o meu sogro sentado à cabeceira, a Adília morta, a travessa na mesa, a gata drogada, eu incrédula, em negação.

Houve muitos dias em que a Adília escreveu para mim. Sobre mim, que sou mortal e desinteressante, igual a ela.  

De um xanax preciso eu.

domingo, 5 de janeiro de 2025

A revolta dos blogs #oMovimento



E quem mais, em 2025, ainda tem um blog activo ou vai reactivar o seu velho blog?


Chutem-me os vossos links na caixa de comentários para eu actualizar ali na minha barra lateral. Váááá!

Updates # a minha mãe

Ontem a minha tia celebrou mais um aniversário e o jantar foi cá em casa. 

No final da noite, decidimos jogar um jogo que gostamos muito: cada um escreve um nome de um personagem famoso num post it e cola na testa da pessoa sentada ao seu lado. 

Depois, um a um, vamos fazendo perguntas fechadas (ou seja, cuja resposta possa ser apenas "sim" ou "não") até descobrirmos "quem somos".

Primeira rodada, antes mesmo do jogo começar, a minha mãe agarra muito discretamente no telemóvel, como quem vai ver se caiu alguma mensagem, ouve-se um click do obturador da câmara, pousa o telemóvel, com a maior cara de pau. 

Eu, que a topo a léguas, percebo tudo: tirou uma selfie para descobrir o nome que tinha escrito no post it na testa para ganhar logo à primeira, e todos a admirarmos pela profunda perspicácia. 

Está igualzinha, obrigada. 

Acabei o ano a arrumar a arrecadação


Peluches do Noddy, da elefanta cor-de rosa de cujo nome já não me lembro, da Ursa Teresa e do Mafarrico. Mershandising variado dos vários festivais do Panda e porcarias várias com a cara da Pipa porque a Ana nunca gostou da Clarinha. Nenucos, roupinhas dos Nenucos e carrinhos dos Nenucos e a miúda nem nunca curtiu por aí além bebés e jogo simbólico com bebés. Todo um manancial de vestidos de princesas e bonecas da Elsa e da Ana e o dinheiro que congelei para todo o sempre em porcarias da Frozen. Tendas, casinhas, yourts e cheira-me que, se um dia, a miúda for uma nómada hippie fui eu que impulsionei a trend. Camisolas da Vampirina, malinhas da Princesa Sofia, iô-iôs da LadyBug e walkie-talkies do Gato Noir. LOLs e o atentado ecológico de toneladas de plástico em bolas redondas onde vinham as bonecas, cada uma ao preço de uma caixa de camarão. Barbies, barbies, muuuuuuitas barbies, casas das Barbies, carros das Barbies, a caravana das Barbies a esperança que um dia venha a ter uma neta para amortizar a fortuna gasta em Barbies. Unicórnios em overdose: peluches, roupas, my little poneys, livros, miniaturas, um busto de unicórnio para a parede tipo aqueles bustos de veados que os caçadores malucos americanos têm nas cabanas. Portas de casas de fadas e miniaturas variadas de mobiliário de casas de fadas. Trolls, cadernetas de cromos dos Trolls, bandoletes com organza a imitar os cabelos dos Trolls. Harry Potter, varinhas, cachecóis, bloquinhos de folhas, canetas e lápis e mais umas cenas de borracha com caras de Harry, do Ron e da Hermione com um buraco e que se enfiam no topo dos lápis. Wednesday, tote bags da Wednesday, sweatshirts da Wednesday, gorros da Wednesday. 

Tenho a história do imaginário de 12 anos da minha filha encafuada em caixas de plástico. 

E, de repente, a Taylor Swift já não me parece tão mal.

O Mundo divide-se...

... entre quem sabe o que é um blog e os outros. 

[Acham que vale a pena eu libertar o histórico da rúbrica "o Mundo divide-se"?]

sábado, 4 de janeiro de 2025

Revivalismo blogosférico




Faria, este ano, 20 anos desde a criação deste blog. Arquivei mais de 8500 posts para escrever este aqui, pela primeira vez, em muitos anos. 

Às vezes falávamos entre nós - as dinossauras da blogosfera- que um dia voltaríamos. Nunca voltámos por preguiça, falta de vontade, inércia ou descrença de que este formato voltasse a interessar a alguém. Talvez só nos interessasse mesmo a nós, que escrevíamos. Uma espécie de ego-dependência revivalista. 

Depois outras vezes- muitas- lá vinham pessoas a comentarem nas minhas redes sociais de que tinham saudades do blog. Eu lia e ria-me, enternecida, e na dúvida sobre se as pessoas tinham, de facto, saudades do blog ou saudades de quem eram e de quem eu era quando liam o blog. 

Não tenho certeza de que as redes sociais tenham humanizado as relações virtuais. 

Quando aqui comecei a escrever, há 20 anos,- antes do facebook, dos tuc-tucs, do spotiffy, do meu casamento, dos robots inteligentes, da morte dos meus avós e dos meus tios, das influencers, do tik tok, da netflix, da skincare, do fim do anonimato dos blogs, das unhas de gel e das extensões de pestanas, da inteligência artificial e da Ana- a internet era de acesso mais ou menos restrito, uma espécie de Conforama, Moviflor ou lojas de móveis de Paços de Ferreira antes do IKEA democratizar a decoração e todos nós termos mais ou menos as casas iguais, que é o que agora sinto quando abro as redes sociais. 

Toda a gente sabe que a a Conforama, a Moviflor e as lojas de móveis de Paços de Ferreira são capazes de estar ultrapassadas e que muitos móveis são feios que doem mas, lá no meio, sinto alguma autenticidade na madeira que não é folha de contraplacado e não consigo deixar de admirar a durabilidade da mobília de pinho da sala da casa da minha tia que, não sendo moderna e cool, tem sobrevivido digna e impecável às várias estantes Billy das minhas diferentes casas ao longo destes anos. 

Dizia eu que quando aqui comecei a escrever, há 20 anos, havia de tudo e para todos os gostos, muito bom, bom, médio, sofrível; real e ficcional, generalista e temático, divertido e deprimente, individual e colectivo. Mas era tudo muito mais real e humano: éramos pessoas que escrevíamos em blogs muito antes de nos empurrarem a ser chamados de bloggers, depois de criadores de conteúdos digitais e a milhas da ideia aterradora de sermos influencers.  

Falávamos das nossas vidas, das nossas experiências, das nossas ideias e pensamentos, das nossas opiniões e indignações, muito antes de nos enviarem press releases e amostras para divulgarmos barritas de cereais, nos pedirem orçamentos para publicarmos posts com guiões encomendados por marcas, muito antes de percebermos que poderíamos vender os nossos blogs, como montras de marketing, e monetarizarmos a actividade de escrever como fonte de rendimento. 

Tínhamos quase todas nicknames embaraçosos, éramos anónimas e não aspirávamos à fama, aliás, tudo o que mais temíamos era sermos descobertas, para não perdermos a liberdade de dizer que estávamos apaixonadas pelo nosso melhor amigo, que nos sobrava mês ao final do salário, que tínhamos crises nas nossas relações amorosas, que odiávamos estar grávidas, que o cão xixava em todo o lado e que só nos apetecia rifá-lo, que ouvíamos os vizinhos pinar e temíamos cruzar-nos com eles no elevador sem nos finarmos a rir, que o patrão era um cretino, a nossa mãe estava na menopausa e a nossa sogra era uma sem noção (e era um patrão abstracto, uma mãe generalista e uma sogra personagem-tipo que, para o efeito, não interessava saber quem eram efectivamente, nunca era sobre o patrão,a mãe ou a sogra: era só sobre a nossa visão da vida adulta).

As pessoas comentavam, algumas em anónimo, outras também com nicknames meio ridículos que hoje as envergonhariam, todas tinham que fazer login para nos comentarem (por que, entretanto, a maioria de nós, as que escrevia, deixou de aceitar comentários anónimos), muitas enviavam-nos emails compridos e bonitos, a dizer que se tinham identificado com o que havíamos escrito, outras a partilharem desabafos, e abrir a caixa de email e escrever requeria tempo e disponibilidade, não era simplesmente o vómito imediato de um comentário numa rede social.

Não tínhamos que tirar fotografias, editar luminosidades, fazer e editar vídeos com grwm e pranks: éramos nós, as palavras e os que, generosamente, nos liam (qual followers, qual quê?). 

Éramos apenas pessoas reais, com vícios e virtudes e muito inocentes no uso da internet. Emissores, mensagens, receptores: a simplicidade linear da comunciação. 

Não sei se este post será único, tenho vontade que não o seja, mas nem tudo obedece à minha vontade, descobri 20 anos depois. Vinte anos, entretanto.

Também não sei se manterei o blog público porque antes não sabia para quem escrevia mas hoje sei que, em formato público, escrevo para muita gente para quem não quero. Acredito que é muito mais feliz escrever-se para desconhecidos que para conhecidos, porque nos dá uma sensação (talvez falsa, talvez errada) de que nos julgam menos, de que fazem menos juízos de valor; porque não corremos o risco de, no talho, a Sra. Maria nos confrontar com um "então, divertiram-se em Freixo de Espada a Cinta? Vi no teu instagram!" quando tudo o que queremos é apenas falar para o ar do maravilhoso que foi ver o Douro em Freixo de Espada à Cinta e não fazer small talk com a Sra. Maria.

Também não sei se voltarei a libertar alguns posts dos rascunhos (ou algumas rubricas, talvez) porque terei que as ler aos olhos de 2025. O Mundo mudou. Eu também. Logo se vê.

A Ana pediu no Natal passado um gira-discos. E depois no seu aniversário uma velha máquina de escrever. 

"Para quê se tens spottify e ipad e tudo moderno, Ana?"- perguntei. 

"Gosto de ouvir as imperfeições das músicas nos discos de vinil e o gozo que me dá escrever poemas carregando tecla a tecla na minha máquina de escrever, tão antiga, tão bonita, mãe..."

20 anos depois cá estou. Porque como a Ana gosto de imperfeições e de escrever, tecla a tecla. 

Não sei se é o regresso dos blogs 

Mas a minha parte está feita (Ouviste Sofia? Ouviste Jonas? Ouviste São João? Ouviste Luna? Ouviste Prezado?).

Feliz 2025! 

Sejam gentis. 


sábado, 28 de dezembro de 2024

Foi um Natal bom

 



Foi um Natal bom. Vamos recuar e relembrar primeiro que fui internada. E que não foi nada fixe mas não interessa, voltei para casa e para a lufa-lufa do trabalho e quando dei por isso era Natal.

Foi um Natal bom. Tirando que tivemos uma infiltração cá em casa e não se descobria de onde vinha e o meu soalho começou a levantar e vieram cá um empreiteiro, outro e mais outro e lá activámos o seguro e vou ter grande parte de 2025 em obras, o que já promete, mas não interessa porque é uma oportunidade para remodelar a casa.

Foi um Natal bom. Bem, isto se ignorarmos que, nas vésperas dos meus sogros chegarem para uma estadia de quinze dias cá em casa, o frigorífico avariou. Antes disso o esquentador. E agora o IKEA só me consegue entregar o frigirifico a 31 de Dezembro e estou a ter uns dias brilhantes de gestão de refeições à jorna. Mas nao interessa nada porque é uma forma de eu testar a minha capacidade de encontrar soluções criativas.

Foi um Natal bom. Se nos esquecermos que, os dias de compensação que recebi do meu trabalho tive que os dedicar à Associação onde insanamente decidi ser Presidente voluntária, e passei-os todos enfiada na Zona J, a trabalhar de casaco e luvas numa sala com 7 graus, porque a Gebalis nao responde há 21 meses aos nossos emails, e entra frio pelas janelas e escorre porcaria pelas parede da vizinha de cima e havia relatórios de projectos com prazos a terminar a 24 de dezembro e candidaturas ao funcionamento a terminar a 31 de dezembro e, claramente, não interessa porque sempre é uma forma desafiante para acabar o ano.

Foi um Natal bom. A minha sogra diz que lê os meus textos aqui mas só as primeiras frases e a última porque são muito grandes e eu tenho muitas, inúmeras saudades do meu blog em 2012. Não interessa porque agora sou muito mais sensata e madura.

Foi um Natal bom. A MEO decidiu cobrar-me uma conta que nunca me apresentou antes, datada de 2008, e eu vou ter que arranjar um advogado para me ajudar a não dar uma de serial killer como o outro giro que matou o outro dos seguros, porque não interessa, eu agora sou uma senhora.

Foi um Natal bom. Tão bom que não me queixo de nada, não interessa, sou uma menina crescida.
Que o pariu.

quarta-feira, 13 de abril de 2022

quarta-feira, 6 de abril de 2022

O Mundo divide-se...

 ... entre quem prefere farófias com doce de ovos e quem prefere farófias com leite creme.

domingo, 3 de abril de 2022

O Mundo divide-se...


... entre as pessoas que têm, pelo menos, um sobrenome que é o nome de uma terra e as outras.

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2022

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2022

quinta-feira, 13 de janeiro de 2022

O Mundo divide-se...

 

...entre quem arruma os livros por ordem alfabética de autores e os outros

quarta-feira, 12 de janeiro de 2022

quinta-feira, 30 de setembro de 2021

O Mundo divide-se...

... entre as pessoas que, mal espreita o Outono, ainda andam de chinelos e as que passam logo a andar de calçado fechado/botas

domingo, 26 de setembro de 2021

O Mundo divide-se...

 ...... entre as pessoas que acordam com o humor certo e não querem conversa de manhã e as outras.

quinta-feira, 17 de junho de 2021

segunda-feira, 28 de dezembro de 2020

segunda-feira, 16 de novembro de 2020

O Mundo divide-se entre...

... quem anda a googlar cenas da monarquia britânica e os outros.


[Amantes de "The Crown" unidos!]

quarta-feira, 11 de novembro de 2020

sexta-feira, 18 de setembro de 2020

O Mundo divide-se...

... entre as pessoas que, em criança, fizeram visitas de estudo à Central de Cervejas e os outros.

terça-feira, 15 de setembro de 2020

O Mundo divide-se...

O Mundo divide-se entre os pais que forram os livros, mamam com as bolhas de ar, furam com agulhas, dizem palavrões e fica uma porcaria por demais e os outros.




 [Também há os que compram aquelas capinhas mas toda a gente sabe que isso não é parentalidade sofrida e com sacrifício, pré-requisitos essenciais nisto de se ser pai...]

terça-feira, 25 de agosto de 2020

quarta-feira, 8 de abril de 2020

segunda-feira, 6 de abril de 2020

O mundo divide-se entre...

... quem organiza os livros na estante por tamanho dos livros e quem organiza por ordem alfabética de autores.

sábado, 28 de março de 2020

sexta-feira, 20 de março de 2020

quarta-feira, 11 de março de 2020

terça-feira, 3 de março de 2020

segunda-feira, 2 de março de 2020

Confessem lá sobre as saudades que vocês tinham de uma quadripolarização




"Oi!
Ouvi dizer que te faltava a Ucrânia, portanto aqui tens a praça central de Kiev! A panorama ficou um bocado tremida porque isto foi na manhã depois de descobrir o vodka ucraniano...

De bónus, tens Prypiat, do alto de um prédio de 16 andares (bem contados, que subi a pé), com o sarcófago de Chernobyl a ver-se ao fundo! Tive de pedir o papel ao guia e deixá-lo na zona de exclusão, não fosse estar contaminado. xD

Beijinhos quadripolares radioactivos

Ana C."


Querida Ana: finalmente o teu email publicado e a Ucrânia quadripolarizada. Yeahhh!

[Conheçam todos os países já quadripolarizados aqui.]

quarta-feira, 20 de novembro de 2019

A primeira quadripolarização do come back





"Olá Pólo Norte. 

Tirei esta foto em Maio, no Quirguistão, no dia em que dormi com uma família nómada, num yurt. Não cheguei a enviar porque o blogue estava sem actividade, mas agora que voltou (felicidade!), vamos dar continuidade a esta cruzada quadripolar! Continue desse lado, que nós, deste, lemos e agradecemos. 

 Beijinhos"

Obrigada, Matilde! Grande beijinho.

Conheça todos os países já quadripolarizados aqui.

O Mundo divide-se ...

... entre as pessoas que acham que as piores reuniões da vida são as de pais nas escolas das crias e as que acham que são as de condomínio com os vizinhos de prédio.

quarta-feira, 27 de março de 2019

segunda-feira, 26 de novembro de 2018

O Mundo divide-se (edição mete-nojo)

O mundo divide-se entre quem é mãe e continua a acordar às onze da manhã ao sábado e as outras. 

quinta-feira, 11 de outubro de 2018

Começar o dia a (Eslo)vacalhar

"Boa noite :)

Aqui vai a Quadripolarização da Eslováquia. Tenho de confessar que já vivi lá uns meses... Mas foi passando, passando e vim embora sem a Quadripolarizar! Espero estar perdoada x)
As duas primeiras fotos são do Lago Kuchadja, a paisagem não é a melhor mas dado que o lago estava todo congelado eu achei apropriado. Na terceira foto era eu que já estava congelada, mas o "ovni" é daqueles pontos imperdíveis e merecia ficar registado.




Não sei se precisavas, mas Quadripolarizei também Viena, no Palácio da Princesa Sissi (sim, e com mais um lago congelado!) :)



Espero que gostes das fotos e peço desculpa pelo papel tão pequeno, mas foi o que consegui arranjar.

Beijinhos
Raquel"


Xinapá, Raquel! Já me enviaste isto há tanto tempo que se calhar já tens filhos a entrar na universidade e já usas o cogumelo do tempo! Tu desculpas.me? Tu desculpas-me?

Eslováquia e Áustria quadripolarizadas! Yeahhhh!





[O planisfério está actualizado aqui
Se alguém me enviou quadripolarizações que não foram publicadas, a razão tem que ver com a minha falta de organização a gerir a conta de email do blog (que- juro-vos!- é uma coisa impossível). Assim, peço-vos que mas reenviem, please, please, para o email euquadripolarizo@gmail.com. 

Muitas desculpas e renovadas gracias, sim?!]

quinta-feira, 4 de outubro de 2018

quarta-feira, 18 de abril de 2018

quarta-feira, 10 de janeiro de 2018

Zâmbia e Zimbabwe? Checked.




"Bom dia Ursa! Estive de férias na Zâmbia com o meu marido, que trabalha lá, e não podia deixar de contribuir para a cruzada. Aqui vai uma foto das cataratas Vitória, na fronteira com o Zimbabué. Beijinhos, Maria João"


Obrigada, querida Maria João para ti e marido! <3



O planisfério está actualizado aqui e é- prometo!- este ano que eu ponho as quadripolarizações tooooodas em dia.


Se alguém me enviou quadripolarizações que não foram publicadas, a razão tem que ver com a minha falta de organização a gerir a conta de email do blog (que- juro-vos!- é uma coisa impossível). Assim, peço-vos que mas reenviem, please, please, para o email euquadripolarizo@gmail.com. 

Muitas desculpas e renovadas gracias, sim?!

segunda-feira, 8 de janeiro de 2018

O Mundo divide-se...

Egipto quadripolarizado




"Olá, Pólo Norte 😊

Tinha enviado esta foto através do instagram, mas reparei agora que pede para enviar por e-mail. Assim, aqui está o Egipto quadripolarizado (Agosto de 2017) pelas irmãs Carla e Cláudia Oliveira, no Templo de Hatshepsut."

Obrigada, manas! 


O planisfério está actualizado aqui e é- prometo!- este ano que eu ponho as quadripolarizações tooooodas em dia. 



Se alguém me enviou quadripolarizações que não foram publicadas, a razão tem que ver com a minha falta de organização a gerir a conta de email do blog (que- juro-vos!- é uma coisa impossível). Assim, peço-vos que mas reenviem, please, please, para o email euquadripolarizo@gmail.com. Muitas desculpas e renovadas gracias, sim?!

sábado, 6 de janeiro de 2018

Chipre





"Olá Pólo Norte, quadripolarizei o Chipre, mais um país para acrescentares à tua lista! As fotos são da Petra tou Romiou ou Rocha de Afrodite. Segundo a mitologia é o local de nascimento da deusa Afrodite! M."

sexta-feira, 5 de janeiro de 2018

Resolução de 2018: pôr em dia as quadripolarizações desde 2015




Quando tens um jantar marcado há meses e a tua filha adoece e tu tens que fazer o que tem que ser feito e ficas naquela ambivalência de "tem que ser" mas "Oh que merda", de "paciência" mas" fosga-se que timing do camandro" e resignas-te e pensas "cabrão de azar: pão de pobre cai sempre com a manteiga para baixo..." 

Mas eis que as tuas amigas, lá a jantar, mostram que não tens azar nenhum: o melhor do mundo são as tuas pessoas. E isso é sorte. Melhor sorte no mundo não há. 

quarta-feira, 29 de novembro de 2017

sábado, 15 de julho de 2017

Olh'á Croácia fresquinha!

                             



"Aqui vai a Croácia quadripolarizada. 
Mais concretamente, as cascatas do parque natural de plitvice. 
Beijinhos "

Filipa Guimarães


Obrigada, Filipa! Adorei!

sábado, 1 de julho de 2017

O Mundo divide-se... (edição fonética)

... entre as pessoas que conhecem esta música como a música da Lasanha e as que a conhecessem como o hino da Liga dos Campeões.


             

sexta-feira, 30 de junho de 2017

O Mundo divide-se... #edição sopeira

... as pessoas que têm a tábua de engomar e o ferro ao género de instalação artística permanente no meio da sala o ano inteiro e as outras.




suspiro*

Uma pessoa fica aqui a cismar...





Olha se me desse uma travadinha musical destas a mim?


É que - fora de brincadeiras- sou alérgica ao látex.
Sim: ao látex- leram bem.


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