Leio que o Ken comemora 50 anos ao lado da Barbie.
Sou pelos amores que resistem ao desgaste do tempo, à gravidade dos corpos, à rotina, às tricas do dia-a-dia, à falta de paciência, às profissões que engolem a maior parte das horas do dia, à dor dos pés por terem estado enfiados em sapatos apertados, à comida encomendada porque não há pachorra para se cozinhar, às tpm's, às crises de meia-idade, às atracções por outras pessoas, às descobertas que não se quer descobrir no outro, às negociações, aos devaneios, aos desacordos, ao assumir que a paixão não se compadece com o amor maduro, aos planos desfeitos, aos planos reajustados, aos novos planos.
Sou pelos amores reais.
Porque, se até a Barbie se apaixonou por um surfista australiano chamado Blaine, quebra-se o mito das relações perfeitas. A perfeição está na realidade, na superação dos motivos que a podem fazer desgastar-se. Na resiliência de se querer continuar quando a maioria das pessoas desistiria. Porque é mais fácil recomeçar, na expectativa de uma estrada nova, alcatrão por estrear, que voltar a um caminho já trilhado e com reconhecidos obstáculos.
Não gosto de histórias de amor. Prefiro amor com histórias.
Não gosto de histórias de amor. Prefiro amor com histórias.
Sou pelos amores reais.