segunda-feira, 28 de janeiro de 2013
terça-feira, 15 de janeiro de 2013
quarta-feira, 9 de janeiro de 2013
Aos 9 de Janeiro de 2013, à Ana por ocasião dos seus 5 meses
Quando nasceste, há cinco meses atrás, o meu corpo encaixou-se no teu. Não, Ana, não foi durante a gravidez, foi mesmo no dia em que nasceste, no dia em que te recebi.
As minhas mãos têm o tamanho exacto para engolirem as tuas e as aquecerem quando estão frias. Quando te encostas ao meu peito e te enroscas como um bichinho-de-conta, os meus braços envolvem-te, exactamente, na medida certa. O curvo da tua testa, o arrendondar da tua cabeça pedem-me que levante o queixo e os deixe pousar na curva do meu pescoço, como se fosse um modelo perfeito de uma chave e de uma fechadura. A tua pele tem a temperatura da minha, excepto quando tens frio e o meu corpo te aquece ou quando tens calor e o meu soprar tem a frescura exacta para te refrescar.
O teu sorriso engole, inteirinha, a minha alma, sem deixar nada que sobre, nada que exceda, o teu sorriso é a toca da minha vida, a casa à medida para eu ser feliz.
Quando brincamos, o teu pezinho gosta de me tocar nos lábios e eu engulo-o, num jogo de faz de conta, os dedinhos, o peito do pé e cabes inteirinha naquele jogo de amor. O meu braço esticado tem o comprimento do teu tronco, quando te repouso nele para te massajar a barriga e te afastar a possível dor. Os teus olhos, azuis, são o tecto da minha vida, o sinal de esperança de que o sol sempre brilhará, sem nuvens nem chuva nas nossas almas, sao assim os teus olhos azuis, como o céu num dia de Verão.
O meu colo, ah, o meu colo, Ana! O meu colo foi recortado para ti, ainda bem que foste tu quem aqui chegou, há cinco meses atrás, porque no meu colo não cabe desta forma nenhum outro bebé, costumizado que foi para ti, feito à medida para me tornar mãe. Mãe de ti.
Sabes, Ana, às vezes tenho medo que cresças, que deixes de me servir, que não caibas mais em mim. Mas, filha, acredito que os corpos se adaptam aos filhos, e o meu também crescerá à tua medida, como um puzzle ao qual acrescentam peças e, ainda assim, não se estraga o desenho original, tornando-o ainda mais completo e perfeito. Até ao dia em que seja o meu corpo, velhinho e vivido, que passe a caber todo em ti.
Um beijo da tua mãe
(As cartas para a Ana, a partir deste mês, passam apenas a ser publicadas aqui)
terça-feira, 1 de janeiro de 2013
O primeiro "O mundo divide-se" do ano
O Mundo divide-se entre as pessoas que dizem dois mil e treze e as que dizem dois mil e treuze.
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