Quando te conheci gostei logo de ti e eu nem sou de gostar das pessoas à primeira. Contribuiu para isso o azul dos teus olhos, um azul Atlântico, um azul de oceano inteiro, uns olhos doces e suaves embalados pela dolência das ondas, de um azul de céu limpo a deixar passar os raios de luz.
Fomos vivendo por perto e continuei a gostar de ti e eu até sou de me cansar um bocadinho das pessoas. A tua voz calma, o teu jeito de ser tão descontraído como se fosses dono do tempo, como se nunca tivesses pressa, essa segurança contemplativa de existir antes de ser.
Depois, num dia 13- hoje- decidimos que iríamos ficar juntos para sempre e o sempre estava longe, tão longe, hoje, aqui. Tivemos muitas ideias, formulámos hipóteses, fizemos planos a dois. Não contámos com a imprevisibilidade da vida, cheios que estávamos de nós, crentes de que podíamos traçar o rumo das coisas, como se na vida tal como nos oceanos, as marés e as luas não tivessem mais poder que a vontade humana.
Estivemos juntos de corpo e alma, juntos de corpo sem alma, separados de corpo e alma, separados de corpo sem alma e, de novo, para sempre, juntos, agora numa alma e num corpo que se materializou para nos lembrar a premissa que um mais um são três. Neste caso quatro. O "nós" enquanto quarto elemento.
Um dia chamaste-me Raínha das borboletas, devíamos ter ainda o Cartão Jovem em dia e eu olhei para ti e disse-te, de forma sentida, que eras o meu Rei dos Faróis.
E hoje, nesta segunda vida, sempre que o crescimento nos tenta apartar um do outro, sempre que o Mundo nos tenta levar para caminhos distintos, sempre que as nossas velocidades não coincidem e um ou outro, à vez, tem que abrandar para esperar pelo outro, lembro-me que não quero chegar rápido, quero chegar longe e contigo. Hoje, nesta segunda vida, sempre que o quotidiano me dói, sempre que a vida me tenta moer fecho os olhos e lembro-me de tudo- o azul dos teus olhos, a tua (c)alma, a tua segurança, a tua posse do tempo, a tua ode à vida, a forma como rimos em coro, em eco, em sintonia, os doçura do mar que trazes nos teus braços quando me envolves num abraço-colo, o calor do teu beijo, as tuas mãos de pintor- pianista quando me afagas o cabelo- dizia eu, lembro-me de tudo o que me fez gostar de ti à primeira, à segunda, na continuação e no para sempre de um Janeiro longínquo em que tivemos Lisboa a nossos pés.
E sei que por mais tempestades que venham, por mais carregado que esteja o céu de nuvens, por mais bravo e revolto que esteja o mar, tu serás sempre a luz que me mostra o caminho porque és, hoje como naquele dia 13, o meu Rei dos Faróis.
10 comentários:
Que lindo! É coisa para encher de amor os corações por essa blogosfera fora e mais além :) Continuações!
Muito lindo... :)
Tão lindo!! Adoro o sentimento e as palavras tão bem escritas!
Que lindo :)
Também sou de dias 31 e 13 que são de sorte, muita sorte!
Lindo... mais do que um texto bem escrito, transborda sentimentos.
Continuem assim... para sempre.
Os dias 13 são sempre dias felizes. O meu Amor também foi "encontrado" num dia 13, mas de novembro (por acaso, numa 6ª feira de muita sorte). Já lá vão quase 15 anos!
Muitos parabéns pela escrita, pela comemoração da data e que venham muitos mais!
Obrigada *
Esses teus dias 13 são sempre tão bons de se ler :)
http://so_risoincognito.blogs.sapo.pt/
Apesar de ter chegado a duvidar disto, hoje sei, sinto, que o amor para a vida existe. Com todos os seus altos e apesar de todas as suas dificuldades, mas existe. E existe especialmente para quem é persistente e enfrenta as "nuvens carregadas" lado a lado. Parabéns a vocês!
E como não podia passar aqui sem deixar uma prenda de aniversário, aqui fica o link: http://pinpix.com.br/Widgets.mvc/Visualiza/201401151447253934141?v=11434274 (podes abrir à vontade, não é spam, nem vírus, nem nada dessas coisas maradas... palavra de tia!)
P.S. o meu amor nasceu numa sexta-feira 13 e, portanto, parece mesmo que o dia 13 é um número mágico :)
Eu, infelizmente, estou como esteve a Tia Verde Água... Não acredito... Sonho com isso, choro com as tuas palavras, mas é uma realidade que me está vedada, que só existe para os outros e nas palavras, para que eu possa sonha... Porque o sonho comanda a vida e eu não posso deixar de me imaginar assim, ainda que não acredite... Mas é bom sonhar! É bom ver que há alguém que sente isso e que consegue transpor em palavras tão simples e tão carregadas de significado como tu fizeste!
Sonhar é bom...
Bom 2015 para ti e para a tua família, Ursa! Que continues a fazer parte da minha vida todos os dias, a iluminar-me o coração, a fazer-me sonhar e a acreditar!
Por tudo isso apenas um BEM-HAJA!
Beijinho grande lambuzado de ovos moles!
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