terça-feira, 29 de dezembro de 2015

segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

Que caras de quadripolarização vêm a ser estas, garotas?





"Pólo, tu quadripolarizaste a nossa alma, nós retribuímos ao quadripolarizar o melhor de nós: a nossa terra, Cinfães!
Faz-nos uma visita e acrescenta momentos e memorias felizes à tua vida. 
Beijinhos,
Sonia Miranda e Liliana Vasconcelos"


Eu irei a Cinfães. A medo, à custa das vossas expressões, ah, mas irei! Me aguarrrdem!

quinta-feira, 24 de dezembro de 2015

O Mundo divide-se... especial Natal #2

... entre as pessoas que comem bolo-rei e as que comem bolo de Natal*.





(* sim, açorianos, vocês estão do outro lado do Mundo!)

Nem a terra do Pai Natal escapa. E pela segunda vez!








"Missão: (mandar) quadripolarizar o Pólo Norte 

Passo 1: Emília, amiga finlandesa, vai à Lapónia

Passo 2: verificar que o Pólo Norte ainda não foi quadripolarizado

Passo 3: esclarecer a amiga sobre "ser quadripolar" e "quadripolarizar"

Passo 4: missão aceite. aguardar quadripolarização


De qualquer forma, o Pólo Norte está duplamente quadripolarizado! No nosso caso, por uma finlandesa de gema!!

Beijinhos da Casa Azul,

Carla"

Obrigada, manas da Casa Azul!

O mundo divide-se... especial Natal #1

... entre as pessoas que, na ceia de Natal, têm como tradição comer bacalhau e as que têm como tradição comer polvo.

terça-feira, 8 de dezembro de 2015

segunda-feira, 23 de novembro de 2015

Isabel: a quase-quadripolarizada



"O melhor que pude congeminar da minha cadeira hahaha. Ela separou se do william e eu não fazia ideia! Ela armou se em fina e saiu logo, nao assinou livros nem tirou fotos: buhhh! Fica a intenção. Beijinhos, Dina!"

Dina, obrigada, pá! Valeu!

O Mundo divide-se...

... entre quem lhe chamava cloche e quem lhe chamava patusca. 



(E quem não faz puto ideia a que se refere este post)

sexta-feira, 13 de novembro de 2015

Porque hoje é dia 13

E fomos tomar o pequeno almoço juntos a um dia de semana e fugir à rotina sabe tão bem. Porque tu acordas-me com um "buongiorno principessa". Porque vamos na rua e agarras-me pela cintura e me roubas um beijo. Porque eu pergunto-te sempre "quantos meses?" e tu riste-te, nunca foste bom a fazer contas, e contra-atacas "diz lá tu" e eu respondo- sempre!- "agora não digo: estou amuada!" e ficamos a rirmo-nos os dois. 
(Já) não sei há quantos meses estamos juntos.  Mas sei que o dia 13 contigo é sempre um dia feliz. 
E continuo amuada. E a rir-me em coro contigo.
Porque gosto muito, tanto, até ao infinito e mais além de ti. 

quinta-feira, 12 de novembro de 2015

segunda-feira, 12 de outubro de 2015

" O coração de mãe fica branco (sem pinga de sangue) quando um filho dá um grande trambolhão."


A frase é da Isabel Minhós no meu livro favorito do planeta Tangerina. E não poderia traduzir melhor o que senti na sexta-feira. 
A Ana tinha chegado à feira, bem disposta e faladora, cheia de energia e boa disposição. Era um princípio de noite feliz, a três, a ajudar no projecto bebé d'A SEITA. Jantámos cá fora no recinto, com luzinhas e ambiente de arraial, comemos arroz doce no final, a Ana feliz e saltitona, as suas gargalhadas a embalar-me. 
Fui para a banca ajudar o Sérgio. A Ana foi brincar com o pai, nuns bancos corridos dentro do pavilhão. Ao longe ouvia-se ruído de fundo, copos cheios de vinho de Bucelas a tilintar, gente a rir, frases no ar, vozes felizes de sexta-feira à noite. De repente um barulho. Estiquei a cabeça, apurei o ouvido, não ouvi nenhum choro. O meu marido a correr na minha direcção, a cabeça da Ana pousada no seu peito, o corpo sem sentidos. Eu fora de mim, controlada e robótica, a minha voz como se fosse de outra pessoa: "Ana! Ana, filha! Ana, acorda, filha! Ana". A Ana abriu os olhos e estendeu-me os braços, os seus olhos mortiços, nunca tive tanto medo na minha vida, a Ana a vomitar uma vez, duas. A Ana a chorar baixinho, sem berros, sem pavor, baixinho. Eu a passar por cima do chão sujo dos detritos alimentares, a correr, a ir ter com os bombeiros, eu modo autómato, eu sem ver ninguém, a cabeça da Ana no meu peito, a Ana mais leve e mais pesada que nunca. ~
A minha voz, calma e controlada, a falar por mim, eu sem qualquer controlo no controlo que todos viam. O INEM, a Ana a não querer mobilizar-se na maca, eu a dar-lhe colo, outro vómito, choro baixinho, eu a mantê-la alerta e consciente, "Ana de que cor é esta gavetinha da ambulância?", "Ana, vamos cantar uma canção?", "Ana, quando é que fazes anos?, "Vamos contar até 20, Ana, minha Ana?". O meu coração às pintinhas, "Ana, não morras!", "Ana, fica bem, Ana", "Ana, meu amor, és a minha vida". 

"Quando um filho fica doente, o coração de mãe fica às pintinhas (e muito mais pequenino…)

Pulseira laranja no hospital desconhecido para nós, eu sozinha com a Ana, o pai em pranto para trás, em missão, não podíamos deixar dois cadeirantes pouco autónomos sozinhos na feira, o meu telefone a avisar a falta de bateria, eu com vontade de chorar, a minha carcaça sempre calma, imperturbável, não podia mostrar à Ana que estava com medo, paralisada de medo, em pânico, no maior terror que já sentira na vida. "Ana vamos ver uma máquina divertida?" "Dói-me a cabeça, mãezinha!" Aquele "mãezinha" a esmagar-me o peito, a minha filha ao meu colo, sempre ao meu colo, a chorar baixinho, nunca gritou, a médica a sugerir que lhe dessemos um xarope para a acalmar enquanto fazia a TAC, eu em pânico, o estigma da TAC, eu por fora a dizer que não, que ela iria ser colaborante, que não era preciso. A Ana, pequenina, três anos de gente, a pousar a cabeça numa almofada demasiado grande para ela, a entrar na máquina da TAC, quietinha a olhar para cima, "amanhã não há escola, Ana, vamos ficar as duas em casa, só as duas, no quentinho, a brincar a tarde toda". 
A Ana a sair, o meu colo como uma fechadura para a chave que é a Ana, a médica a mandar dar-lhe soro de 5 em 5 minutos, a Ana a não querer, ele a entrar a correr, meu amor, a abraçar-me, a beijar-me a fronte, ele sabia que eu precisava de colo, meu querido. A Ana outra vez, a ficar com sono, nós a deixarmos adormecer aos bocadinhos, a acordá-la pontualmente, a Ana cansada, exausta, do susto, do medo, dos berros que nunca chegou a largar. A minha grande amiga Rosa a mostrar porque o destino a escolheu para ser madrinha da Ana, a fazer-me companhia, a olhar de soslaio para o meu colo, a entreter-me o medo com conversa. A médica a mandar-nos ficar lá algumas horas sob observação. E ali ficámos os três com a Ana, devagarinho e sem pressas, com todo o tempo do Mundo para, finalmente, a médica nos confirmar que o traumatismo crânio encefálico fora ligeiro, a recomendar-nos vigilância apertada nas próximas 24 horas, a dar-nos todas as instruções, a Ana a poder dormir sem interrupções, no meu colo, perto do meu coração às pintinhas pretas, muitas, todas juntas, a fazer um buraco negro de medo, de vazio. 
Nós a regressar a casa, a Ana a dormir no meio de nós. Nós a vê-la dormir, numa insónia partilhada, num silêncio entre o alívio e a preocupação. Amanhece. A Ana combalida, a Ana a não lhe apetecer comer, a Ana a apetecer-lhe brincar, finalmente, O fim-de-semana a passar, a Ana a voltar ao normal. O meu corpo a sintonizar outra vez com a minha alma, a minha voz a ganhar vida, o meu coração a despintar. A Ana a ficar boa. A Ana a rir, as gargalhadas novamente a embalarem-me, a Ana a devolver a vida aos meus dias, o meu coração ao meu corpo.  

 "Mas o coração de mãe volta a crescer  quando um filho se sente finalmente melhor!”

Ninguém o explica melhor, que a Isabel Minhós, no seu ""Coração de mãe". O meu está novamente a bater ao compasso doas gargalhadas da minha filha Ana, meu amor maior. 

quarta-feira, 7 de outubro de 2015

Ahhh, Veneza!


"Bom dia minha querida!
"Olhaaa quadripolarização fresquinhaaaa!"
Em Veneza! :)
Beijinhos e saudades!
Anabela"


beijinhos, minha Anabela!

terça-feira, 6 de outubro de 2015

A tripulação de bordo da Ryanair mostra que tem, efectivamente, um grande sentido de humor


Ahahahahahahahahaha! É a raspadinha quadripolar, ó fregueses!


(Obrigada à hospedeira voadora não identificada- a seu pedido! 
É sempre bom termos infiltrados quadripolares a bordo. Beijinhos. )

Honduras? Checked!



Obrigada Alda! Honduras já cá canta!


Conheçam a cruzada quadripolar aqui.

segunda-feira, 5 de outubro de 2015

Lua-de-mel quadripolarizada, lua-de-mel abençoada




Um beijinho para a Ana o o seu recém-esposo que em lua-de-mel na Tailândia não se esqueceram de afirmar a sua quadripolaridade!

Que sejam felizes (e quadripolares) para sempre!



Conheçam a cruzada quadripolar aqui.

domingo, 4 de outubro de 2015

O Mundo divide-se entre...

... as pessoas que não tiraram fotografia ao seu boletim de voto para pespegar no facebook e as outras.

sexta-feira, 18 de setembro de 2015

Uma nova tendência newborn

Há quem inscreva os recém-nascidos como sócios de clubes de futebol mal eles nascem.


A última tendência é quadripolarizá-los logo na maternidade: olhem só que coisa mais linda da tia ursa!

 
 

quinta-feira, 10 de setembro de 2015

O Mundo divide-se entre...

... quem, mesmo que não frequente a escola há mil anos, continua com o chip que o ano começa em Setembro e os outros.

quinta-feira, 3 de setembro de 2015

Porque hoje é dia 3

De todas as razões que já houve para nos separarmos escolhemos o amor como justificação única para permanecermos. Para ficarmos.
Não fomos felizes sempre. Não somos felizes sempre.
Mas és sempre tu quem me faz feliz. Para sempre.
Feliz aniversário ao nosso casamento feito de basalto e areia, à prova de ventos e de tremores de terra. Feito de mar. 


sábado, 15 de agosto de 2015

Falta só o Mitch Buchannon e a C.J. Parker a correrem como pano de fundo para ser a melhor quadripolarização ever




A Dina quadripolarizou-me a Baywatch! A Dina quadripolarizou-me a Baywatch!
A Dina quadripolarizou-me a Baywatch!
A Dina quadripolarizou-me a Baywatch!
A Dina quadripolarizou-me a Baywatch!
A Dina quadripolarizou-me a Baywatch!
A Dina quadripolarizou-me a Baywatch!
A Dina quadripolarizou-me a Baywatch!
A Dina quadripolarizou-me a Baywatch!


domingo, 9 de agosto de 2015

Aos 9 de Agosto de 2015, à Ana por ocasião do seu 3º aniversário

O amor é uma cicatriz de infinitos centímetros e meios: e tu tens-me nas tuas mãos.


Sabes, Ana, por debaixo do teu sobrolho direito, na pálpebra- mesmo cá em cima- tens uma pequena cicatriz.
Não se vê assim, à vista desarmada, mas eu sei que está lá. Deve medir 1 centímetro e meio. Mais coisa menos coisa.
Quando caíste, naquela tarde em que abriste esse bocado de pele, lembro-me dos decíbeis exactos e da cadência precisa do teu choro. Tu quase nunca choras, és pragmática e despachada, gostas de resolver os problemas ao invés de os chorares mas dessa vez doía-te o sobrolho. A mim doía-me o corpo, a cabeça e o coração, pequenino e mirrado do tamanho daquele centímetro e meio de pele que te rasgou a queda.
No hospital pegaram-te para te colar pontos, não me querias largar. Não chorei, nunca choro, porque quero que acredites que vai passar, que confies em mim. Doía-me a garganta do nó que quase me sufocava e os braços do colo vazio por te terem tirado de junto de mim. Olhavas-me com olhos de medo, de não-me-deixes e pedi-lhes de forma assertiva que me deixassem pegar-te. E foi no meu colo, num choro baixinho e controlado, a tua pele colada à minha, o calor do teu corpo junto ao meu, que te colaram aquele centímetro e meio de pele rasgada.
Sabes, Ana, talvez caso nunca chegues a ler este texto ou nunca te conte este episódio, te dês conta da cicatriz quase invisível de um centímetro e meio na tua pálpebra superior direita. Mas ela faz parte da tua história e eu estava lá quando tiveste que ser pegada ao colo, aninhar-te e consolar-te.
Fazes hoje 3 anos. A tua memória, provavelmente, não será tão poderosa que te recupere as imagens, os sons, os cheiros, os toques e os sabores destes três anos que vivemos juntas, os primeiros da tua vida, uma constante surpresa, uma descoberta sem fim. Mas, tal como a pequena cicatriz por debaixo do teu sobrolho direito, eles foram marcados por emoções intensas, por quedas, por colos, por secar de lágrimas com os meus lábios, e beijinhos mágicos a servirem de remédio para os teus dói-dóis, de olhares curiosos teus a quererem saber mais do Mundo, de palavras minhas a explicarem-te a vida e, sobretudo, das minha mãos. 
De dares de mão a conduzirem-te às tuas primeiras descobertas, o mar, o avião que rompia as nuvens, os animais do jardim zoológico, as mesmas mãos que te empurram o baloiço para que sintas o que é, mais ou menos, voar, que se fecham e se encostam à barriga para que o braço faça uma espécie de nó e te carregue num colo só teu para te poupar os passos pequeninos que se cansam, que te limpam as lágrimas quando cais, te penteiam o cabelo quando está desalinhado, te fazem cafuné quando queres vencer o sono que te fecha os olhos e eu peço-te que te rendas, te acariciam a face quando precisas de carinho, te preparam comida com minúcia e te estendem o prato na mesa, que te seguram para ires à sanita dos crescidos ou quando queres espreitar por cima de um gradeamento, que te massajam quando sais do banho e precisas de creme no corpo para te sentires um bombom, que te fazem cócegas para te acordarem gargalhadas, te apertam as mãos com força no Inverno para te darem calor e te seguram o dedo polegar enquanto rodopias em volta do teu próprio corpo quando queres dançar. 
Talvez, Ana, a tua memória não te ofereça as lembranças destes três anos que passaram mas essa cicatriz quase invisível e as minhas mãos- que irão envelhecendo enquanto tu cresces- serão testemunhas deste amor que fizeste nascer em mim  e que te retribuo sempre na medida do melhor que consigo fazer, estar e, principalmente, ser.  Que consiga sempre pegar-te ao colo quando te doer e assistir a cada sorrir. 
O meu amor por ti, Ana, pode ser como essa cicatriz, não se ver, assim, à vista desarmada, mas tu sabes que está lá. Tem a medida de todos os uns centímetros e meios das tuas células, todos os gramas da tua alma, toda a essência que carregas em ti. Mais coisa menos coisa.
Acredita em mim: estes três anos foram maravilhosos. Essencialmente, porque quem nasceu naquele 9 de Agosto de 2012, não foi mais ninguém: foste tu. Tu para mim.

Feliz Ano Novo, meu amor. Para sempre. 

quinta-feira, 30 de julho de 2015

A quadripolarização que eu mais invejo

"Olá Polo Norte!

Estamos a meio da nossa viagem pelo Japão. Envio as quadripolarizações das cidades que visitámos até agora.

# Tóquio: (é o portão de entrada num dos templos de Tóquio... mas o mapa com o nome dele está no fundo da mala! envio o nome quando lá conseguir chegar)

# Nikko: fonte na zona sagrada de Nikko (zona considerada Património da Humanidade); estátua de Jizo em Kanmangafuchi Abyss (são 70 estátuas, mas esta pediu muito para segurar no papel!)




# Nagoya: Castelo de Nagoya. Este castelo foi quase completamente destruído pelos raides aéreos durante a II Guerra Mundial. A reconstrução ainda está a decorrer e está a ser baseada em plantas, desenhos e fotos do castelo original. A ideia é que fique o mais parecido possível com o original, incluindo os materiais utilizados. Nos jardins existe uma árvore que foi parcialmente destruída durante os bombardeamentos, mas que conseguiu recuperar e hoje é considerada Monumento Natural.


# Kanazawa: "Daruma" (talismã japonês). Este é um pouco diferente do habitual: foi pintado de dourado, numa alusão à folha de ouro, bastante utilizada no artesanato desta zona. Existem também algumas lendas que referem Kanazawa como tendo uma fonte de ouro. Este boneco é a mascote da zona.


# Quioto: Pavilhão Dourado, o mais conhecido símbolo da cidade.



A minha preferida é a da fonte... Foi lindo conseguir convencer o miúdo a tirar a foto! Claro que ajudou bastante o facto de ele não perceber nada do que eu estava a dizer e de os japoneses serem extremamente simpáticos e prestáveis por natureza :)

Em breve teremos mais algumas Quadripolarizações!
Beijinhos,
Mafalda"


Mafalda: 愛してます! <3



quinta-feira, 9 de julho de 2015

quarta-feira, 1 de julho de 2015

Panamá quadripolarizado!


"Olá Pólo linda!

Segue mais uma quadripolarização... e tenho muitas mais, muito giras, para te enviar... aguarda! :)
(Não quero perder o meu estatuto de melhor "quadripolarizadora de todos os tempos")!

Esta é no Canal do Panamá.

Beijinhos muitos!
Anabela"

O "títalo" continua teu, minha querida! Beijinhos

terça-feira, 30 de junho de 2015

O Mundo divide-se entre...

... as pessoas que mantêm o autocolantezinho do Office no portátil à força, mesmo que ele teime em descolar, em colar-se ao braço, à mão, a tudo e os outros.

domingo, 26 de abril de 2015

O Mundo divide-se...

... entre quem não consegue fazer isto com os membros superiores e as parvas das minhas amigas quem consegue.


sexta-feira, 17 de abril de 2015

O Mundo divide-se entre quem gosta de ler Lobo Antunes e os outros

"Em primeiro lugar quero dizer que estou farto de ser orfão, eu que, em criança, tantas vezes desejei a vossa morte, durante umas horas, quando ralhavam comigo ou não me deixavam fazer o que me apetecia e obrigavam-me a actos desnecessários tais como lavar os dentes, comer sopa ou pegar nos talheres como deve ser. A ordem
- Pega nos talheres como deve ser
ainda ecoa, horrível, dentro de mim, tal como a sinistra pergunta
- Não lavaste as mãos antes de vir para a mesa?
ou a resposta
- Um dia falamos sobre isso
quando calhava interessar-me pelo modo como as crianças apareciam dentro da barriga das mães. Apesar de tudo eu tinha alguma cultura: sabia, claro, que os rapazes faziam chichi pela pilinha, que as meninas por um buraquinho mas um dia vi uma mulher de cócoras no pinhal em Nelas e fiquei banzo: fazia por uma escova. Naturalmente interessei-me:
 - Porque é que as mulheres fazem por uma escova?
e os meus pais primeiro banzos também e depois a lutarem para ficar sérios. Não me explicaram nada e vários mistérios subsistiram durante muito tempo. Primeiro, porque é que as mulheres têm uma escova ali. Segundo, porque é que as escovas, que passei a olhar com desconfiança, fazem chichi. Terceiro, isto acontecerá ao conjunto das meninas, ao crescerem, ou só àquela? Quarto, o exame minucioso a que submeti todas as escovas que encontrei em casa não me deu nenhum resultado esclarecedor: não havia uma que não estivesse seca. As de escovar a roupa, as de escovar o cabelo, as de esfregar o chão. E os meus pais sem responderem. A minha mãe ainda abriu a boca mas não chegou a falar, embaraçadíssima. O meu pai não abriu a boca mas qualquer parte dele parecia divertir-se às escondidas, quando qualquer parte dele parecia divertir-se às escondidas a minha mãe a censurá-lo
- João
e ele logo sério, ausente, a interessar-se pelos meus estudos que, em geral, o desgostavam porque os meus resultados escolares costumavam roçar o trágico e constituíam uma preocupação constante para a família. O facto de eu ser escritor
(sempre fui escritor desde que me conheço e a minha mãe previa-me um futuro de miséria negra)
não desagradava inteiramente ao meu pai, que tinha um respeito sagrado pelos artistas, mas os meus resultados escolares preocupavam-no, queria que eu tivesse uma profissão sólida que me amparasse as veleidades criativas. Para ele, a única profissão sólida e digna era ser médico
 - E depois, nos intervalos, escreves
como Júlio Dinis ou Duhamel. Acabei por lhe fazer a vontade, pai, tornei-me médico, mas o meu curso foi um tormento para ele: reprovações, notas baixíssimas, os seus colegas, professores também, lá me iam deixando passar por amizade. Lembro-me que no fim da prova de Medicina Operatória o catedrático me disse com bonomia, diante do anfiteatro cheio:
- Olha, filho, tens treze e diz lá ao pai que não pôde ser mais.
Isto para além de cartas que ele me mostrava com desgosto, género
O seu rapaz esteve aqui e não sabia nada
ou, comparando-me com o meu irmão
- O Lobo Antunes tem dois filhos, um é bom, o outro é uma nódoa.
Ainda me espanta a razão pela qual o meu pai não me matou. Mas sei que lia às escondidas o que eu escrevia e tinha muitas esperanças literárias no filho, embora nunca me tivesse falado nisso, porque não era dado a confidências ou elogios. A mim não me disse nada mas dizia aos meus irmãos
- O António tem faísca, o António tem faísca
e que, quando comecei a publicar, se orgulhava dos meus produtos. Eu acho que os meus irmãos e eu tivemos muita sorte com os nossos pais, que eram pessoas de uma honestidade irrepreensível, inteligentes, cultas, complexas, rigorosas, com qualidades muito superiores aos defeitos que obviamente também possuíam. Tivemos muita sorte, manos. Agora somos orfãos e não tenho jeito para orfão. Eles também não. E depois perdemos há pouco o Pedro que será sempre uma ferida aberta para nós. E depois da morte do Pedro a nossa mãe informou que não tinha o direito de estar viva com um filho morto. E morreu de puro desgosto, sem doença. Somos orfãos do Pedro também. Sobramos cinco e eu não quero que nenhum deles morra antes de mim. Gostamos uns dos outros sem palavras, com o imenso pudor que herdámos dos nossos pais. Não suporto a ideia da morte do João, do Miguel, do Nuno, do Manuel, como continuo a não suportar a ideia da morte do Pedro. Vou dizer uma coisa. Não devia dizer mas vou dizer. Quando fomos contar à nossa mãe que o Pedro se tinha ido embora ela pronunciou só uma frase:
- Tenham misericórdia de mim.
Sentada na sua cadeira, na sua sala:
- Tenham misericórdia de mim.
Agora está com o nosso pai, a contar, entre muitos outros episódios
- Lembras-te daquela história da escova?
e o meu pai a responder
- Ah
que, no seu caso, às vezes, era um discurso muito comprido. Esta crónica saiu toda descosida e mal feita. Não importa, de que outra forma podia fazê-la? É a minha maneira aselha de pedir que tenham misericórdia de mim, porque não sou o adulto que pensam. Peguem-me ao colo. Às vezes tenho tão poucos anos nos meus anos todos e fico tão leve nessas alturas."

quinta-feira, 12 de março de 2015

sábado, 7 de fevereiro de 2015

O meu amor celebrou 35 anos



"Eu quero a sorte de um cartoon
Nas manhãs da RTP1
És o meu Tom Sawyer
E o meu Huckleberry Finn
E vens de mascarilha e espadachim
Lá em cima, há planetas sem fim
Tu és o meu super-herói
Sem tirar o chapéu de Cowboy
Com o teu galeão e uma garrafa de rum
Eu era tua e de mais nenhum
Um por todos e todos por um

Nos desenhos animados
Eu já conheço o fim
O bem abre caminho
A golpe de espadachim
E o príncipe encantado
Volta sempre para mim


Eu sou a Jane e tu Tarzan
A Julieta do meu Dartagnan
Se o teu cavalo falasse
Tinha tanto para contar
Há fantasmas debaixo dos meus lençois
Dos tesouros que escondemos dos espanhóis

Nos desenhos animados
Eu já conheço o fim
O bem abre caminho
A golpe de espadachim
E o príncipe encantado
Volta semrpe para mim

Quando chegar o final
Já podemos mudar de canal
Nos desenhos animados
É raro chover
E nunca, quase nunca acaba mal"


Os Azeitonas

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

Majestosa quadripolarização!




"Bom dia Pólo Norte, aqui vai a quadripolarização do Sri Lanka. um beijinho. Ana Matia"

AMEI, ANA!

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

Já fui tão feliz em Bratislava













"Olá,
Sinceramente, não sei se estes locais já foram quadripolarizados (Budapeste e Brastilava), mas para veres como levei a sério a missão é possível constatar que vários locais, de ambas as cidades, foram quadripolarizados.
 
De salientar que não vi morcego nenhum. Em Budapeste, a malta foi do mais antipático que alguma vez já vi - e olha que eu já fui a alguns sítios - mais parecia que estavam todos (homens incluídos) com TPM. Em Bratislava foi o oposto!
 
Um beijinho,
K."


Obrigada e um beijinho com o devido atraso!

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

Bélgica quadrisushipolarizada


 

"Olá Pólo,

Ando há anos para quadripolarizar uma cidade e finalmente quadripolarizei uma. Bruxelas, que é onde estou a viver agora . Aqui vão duas fotos. Para a Square Ambiorix (espero quadripolarizar lá fora também mas o fim de semana presenteou-me com um friozinho muito pouco convidativo e chuva intermitente como é hábito por estas terras) e uma com o kit de sushi. E não é que é possível fazer sushi em casa?

Beijinhos, Luisa". 

Beijinhos muito atrasados, Luisa! Por onde andas tu, agora?

sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

Tinha esta quadripolarização esquecida, pá!


"Olá Pólo, 
Conforme prometido, também quadripolarizei a Malásia. Mais concretamente Kuala Lumpur.
Em anexo, podes ver a fotografia para depois pores no blog. Já falta menos um!
Espero que esteja tudo bem com Mámen e com a Ana.
Beijinhos"


Obrigada, grande Mário e desculpa o atraso imperdoável na publicação desta quadripolarização, que adorei!

quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

Quando uma quadripolarização te faz vontade de ter um vestido



Desta feita, a minha Anabela quadripolarizou-me Moçambique mas o vestido Muipiti é que é a estrela das fotografias. 

Conheçam os vestidos feitos de capulanas mais bonitos do Mundo aqui

sábado, 24 de janeiro de 2015

A quase-quadripolarização


"Pista de gelo em frente à Câmara Municipal (Rathaus) de Viena, na Áustria. Tinha uma Ursa Polar no meio e lembrei-me logo do Quadripolaridades, não tive foi tempo para o papel nem para a caneta, que o pessoal ali é louco e não esperavam por ninguém. Espero que dê para passar :)
                                                               Rafael Rodrigues"

iMPERDOÁVEL, não teres arriscado ser atropelado para rabiscares num papel, Rafael!  ;) Beijinhos e obrigada!

quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

A maior apóstola quadripolar de todos os tempos



"Minha querida Pólo,mais uma na Colombia, em Cali (terceira cidade).
Um beijinho grande!"


Um beijinho gigante, minha querida Anabela!
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