“Uma pessoa compreende o Mundo, pouco a pouco, e depois morre” - in “as velas ardem até ao fim”.
Nos últimos meses aprendi tanto, cresci tanto, aprendi tanto sobre mim e sobre o Mundo, abriram-se tantas luzes, desfizeram-se tantos nós. Tem sido um processo tranquilo e sereno ao contrário de todas as outras vezes em que cresci à força, puxada por episódios marcantes específicos: a separação dos meus pais, a morte dos meus avós, o nascimento de Ana, a morte do meu tio.
Desta vez é diferente, é de dentro que o crescimento vem, não é nada externo, consigo projectar-me,pensar mais fundo como quem inspira, sentir melhor.
Faço quarenta anos dentro de dois meses, o equador da vida e já não me sinto a envelhecer, como se fosse uma coisa pesada e fatídica, sinto-me só finalmente a crescer sem ser à bruta, à força, com estaladas da vida e abanões do destino. Crescer como cresce uma planta já depois de ter caule e folhas e flores, crescer para os lados, tornar-me mais robusta e forte, melhor.
Uma pessoa compreende o Mundo, pouco a pouco. Pouco a pouco, é mesmo assim. Para compreender tudo bem. Tudo certo e melhor.
E depois poder, enfim, morrer como quem (se) apaga (n)uma estrela.
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