sábado, 24 de agosto de 2019

Só há uma forma de amar: cuidando (Grazalema)




Só há uma forma de amar: cuidando.

 Cuidando que o outro se sente confortável, satisfeito, em paz e feliz. Cuidando que se chega ao pequenino hotel num vale tão querido no meio das montanhas e se diz à mãe: “vai tomar um banho que eu vou-te preparar uma surpresa”.

 E se arromba o saco das compras do supermercado e se dispõe alimento a alimento na mesa, tudo simples e sem qualquer requinte. E se vai buscar uma cadeira extra e as cartas do UNO para todos nos sentarmos e jogarmos uma partida a seguir ao jantar. E se entra na casa de banho e se pergunta alto: “mãe?! Como se diz em espanhol podia-me emprestar copos?!” E se segue para a recepção, repetindo baixinho a frase em portinhol, para não se esquecer.

 E depois a mãe sai do banho, seca-se e veste-se e dá com ela a preparar o melhor jantar dos últimos tempos, era só atum, gaspacho de pacote e tinto de verano de garrafa, pão e presunto mas depois também estava calor e o sol a pôr-se nas montanhas ali à frente, o tempo parado, e no telemóvel dele a música a tocar e a minha filha de sete anos a trautear o refrão.

 Só há uma forma de amar: cuidando.

 A Ana sabe-o melhor que ninguém e eu sei que o sabe, mesmo que inconscientemente, mesmo que por mero instinto, tive a certeza no meio da serra de Grazalema, este Verão.

E juntei-me a eles no refrão. 

 “Gracias a la vida” era, tão oportunamente, a canção.

quinta-feira, 22 de agosto de 2019

Uma espécie de Oásis (Cueva del Gato)


Já estávamos cansados e já tínhamos 17 Pueblos Blancos no passaporte das nossas memórias.

 Já tínhamos muitos quilómetros de alcatrão acumulados, muitas montanhas com sol a nascer e a pôr-se decoradas nas retinas, muitas aldeias e vilas feitas noivas, alvas, brancas e puras cravadas em tudo o que vivemos, como se tivéssemos apanhado 17 bouquets sucessivamente que nos dessem acesso ao novo Pueblo, que fôssemos os próximos a que os barqueiros de lagoas, rios, ribeiras e barragens deixassem passar.

 Já tínhamos jamon, tapas em restaurantes e esplanadas, tintos de verano em varandas de hotéis e pensões em noites a dois enquanto a Ana já dormia, já tínhamos granizados, pão estrafegado em tomate, gaspacho frio, queijos e azeitonas compradas à beira da estrada e um desprezo enorme pela dieta durante todo o trilho.

 Já tínhamos o calor da cidade, o borrifar dos aspersores nas ruas de Mérida e o fresco de tantas fontes e fontanelas tatuados na pele. Já tínhamos o cheiro aos olivais e às árvores da serra, ao pó da terra árida e às dezenas de pássaros que voavam conosco sob o mesmo céu, abutres até. Já tínhamos casas brancas, azuis e a memória de uma cor terracota que marcou toda a viagem como os abanicos encarnados com bolas porque os clichês são para se perpetuarem.

 Já tínhamos a Carolina Deslandes, o Jorge Palma e a Luísa Sobral mais o Sérgio Godinho e a Mariza a tocarem na pen do carro e o Despacito na Radiolé e outras estações espanholas com ritmos de verão, pelo menos para nós. Já tínhamos noites estreladas em vales profundos e noites dormidas os três em camas apertadas e manhãs de lutas de almofadas só porque sim.

Faltáva-nos um oásis, daqueles à filme, um presente fresco numa longa travessia num deserto que não é metafórico, pois há muito que não nos sentíamos tão selva.

 Encontrámo-lo, perdidos na serra de Grazalema, e mergulhámos, enfim, nas águas geladas da Cueva del Gato.

 Podem googlar mas o Google nunca vos conseguirá explicar isto assim.

 Isto assim.

Na aldeia azul (Júzcar)


O GPS tinha-nos enganado.

 Nós não stressamos com imprevistos e até sabemos que é dos enganos que muitas vezes se chega a sítios inesperados e ainda melhores. Mas estávamos num trilho terrível, curvas e contra curvas, numa serra que não conhecíamos e num caminho de terra demasiado estreito para o nosso carro com penhascos lá em baixo.

 A Ana cantarolava lá atrás no banco, completamente alheia ao perigo que corríamos. Eu estava em pânico, a ansiedade no pico máximo, com arritmia e completamente descontrolada. Queria parar, voltar a pé, sair do carro e gritar, chorar, ligar para o 112 e pedir socorro, ai que se vem um carro de frente e nós não temos qualquer visibilidade, embatemos, caímos no penhasco e morremos. A Ana continuava a tagarelar, eu estava perdida em orações e a pensar que estava a segundos de ter a primeira crise de ansiedade da minha vida e não podia. Não podia mostrar descontrolo à minha filha, não podia entrar em pânico, tinha que permanecer segura e aparentemente sob controlo. 

Olhei para ele, ali ao lado, pálido e calado, com os maxilares tensos, a transpirar por todos os poros, corpo rígido. Ele estava a conduzir-nos, tinha a vida de nós os três nas mãos, não dizia nada. Não podia mostrar desconfiança na condução do meu marido, tinha que me manter optimista e controlada, tinha que o ajudar a tirar-nos dali.

 Então, respirei fundo-muito fundo- e fui buscar energia, serenidade e gestão das emoções à menina que ficava, aos 5 anos, internada no hospital meses seguidos, a sentir-se sozinha e perdida quando acabava a hora da visita e a minha mãe tinha que sair e a noite chegava e eu só me podia valer a mim mesma. Eu ainda sou essa Liliana, progressivamente segura e controlada, racional e objectiva: tens que ficar, é para teu bem, isto vai passar, não tarda muito tens alta e vais para casa. 

Abri os olhos e comecei a falar com ele: este caminho vai acabar, não sabemos daqui a quanto tempo, mas vai acabar, vamos com calma, somos uma equipa, buzina duas vezes em cada aproximar de curva para que nos ouçam, está quase, vai correr bem. 

Correu. Chegámos à aldeia azul da cor dos olhos deles. Vivos, unos, equipa. Família. Respirei fundo, enfim

segunda-feira, 19 de agosto de 2019

Road trip -dia 5 (Pueblos Blancos)



Há dois anos planeámos fazer esta viagem: perdermo-nos pelo sul de Espanha na rota dos Pueblos Blancos, pequenas aldeias, lugares e vilas em redor da serra de Cadiz e da serra de Grazalema com povo Serrano e casas brancas, esconderijos secretos, pedaços de história guardados, gastronomia caseira, longe do rebuliço, numa viagem de aventura a três.

 Teria acontecido no ano passado se eu não tivesse ficado doente, depois na penúria e em convalescença e por fim não tivéssemos rumado aos Açores, onde fazíamos falta. A Ana teria seis anos acabados de fazer e seria uma viagem marcante para assinalar esse marco, antes da entrada na escola primária.

 Mas a vida trocou-nos as voltas e mesmo que eu não tivesse estado na penúria, mesmo que os Açores não nos tivessem chamado, a verdadeira questão é que as minhas pernas e o meu corpo nunca me teriam permitido ser andarilho com a minha família por aqui. 

 Este ano, a Ana já tem sete anos, já lê sozinha no banco traseiro do carro e já nos ajudou a fazer o mealheiro durante todo o ano para estas férias. Eu já consigo andar mais de um km seguido, já lhe consigo pegar ao colo encaixando-a na anca quando os seus pés estão cansados e precisa de mimo, já consigo nadar nos rios, piscinas e mar sem me cansar à quinta braçada, já lhe consigo ensinar flamenco improvisado e dançar de forma atabalhoada com ela pelas Calles e já percebi - relembrei-me à força de não a ter- que saúde é tudo.

 É tudo e este ano, por estar rica de pés, pernas, anca e coxas, por conseguir novamente andar, correr, saltar, nadar, subir, descer e dançar- por tudo isto!- é altura de comemorarmos estarmos vivos e com corpos a funcionarem bem e realizarmos os nossos desejos.

 O nosso era o de explorarmos os Pueblos Blancos e tornou-se, sempre a tempo, numa maravilhosa e “preciosa” realidade.

 Olá Pueblos Blancos: vamos criar memórias felizes?!

domingo, 18 de agosto de 2019

Road trip - dia 3 e 4 (Sevilha)



De Sevilha muitas aprendizagens pela primeira vez: aprender que os adultos também precisam de colo e o importante que foi dormirmos os três naquela noite em que recebemos a notícia triste da partida da tia Ascensão, aprender que a tristeza pode ficar aninhada a um canto da alma e a vida prosseguir e sem culpas, sem cobranças sem remorsos porque a vida é de quem a vive, aprender que poucas coisas fazem mais feliz uma criança que lhe permitirmos experimentar ser quem quer ser mesmo que para isso baste um vestido às bolas, um leque e uns sapatos de salto, aprender que a fantasia não pode ficar refém do Carnaval e que o jogo simbólico é das aquisições mais mágicas da infância, aprender que basta passar uma fronteira para ser normal partilhar comida do mesmo prato e que as tapas não são apenas comida mas especialmente amor partilhado, aprender que remar de barco parece fácil mas que só lhe sobrevivemos com bom ritmo, inteligência, estratégia e trabalho em equipa como afinal acontece com quase tudo na vida, aprender que viajar em família só tem sentido se respeitarmos os gostos, vontades, desejos, ritmos e características de cada um e que ceder para ver o outro feliz não é chato mas apenas uma oportunidade de dele ficarmos mais próximo, aprender que as melhores viagens não têm horários nem rotinas e que férias são para se irem vivendo devagarinho e sem planos, enganando-nos no caminho para nos surpreendermos com a surpresa do desconhecido e do jamais planeado. 

 De Sevilha aprendemos que os três somos os melhores companheiros de viagem uns dos outros, a dizer “olé” acentuando na tónica certa e que abanicos de 3 euros podem fazer-nos ainda mais felizes.

Óle.

sexta-feira, 16 de agosto de 2019

Road trip- pausa a meio do dia 2 (Sevilha)




Sou uma inconsequente e ensinei a música do genérico “Juego de la Oca” à minha filha, que a canta em looping e isto se fosse mesmo como nos anos 90 eu dava o cabelo ao manifesto no barbeiro aqui do burgo só para ela se calar.


 Socoooooorrrrrooo!

quinta-feira, 15 de agosto de 2019

Road trip - dia 1 (Mérida)



De Mérida a procura em vão de referências à princesa da Disney com o mesmo nome.


 De Mérida little Roma ao virar de muitas esquinas, as primeiras palavras em castelhano da Ana, calor que nos abraça e nos sufoca, abanicos às bolas porque muitas vezes os clichés são sempre as melhores ideias. 

De Mérida tinto de verano em salas climatizadas, o primeiro gazpacho da Ana, pontes romanas, a procura da próxima loja com ar condicionado, o templo de Diana, o circo romano, o museu, a lembrança que trazíamos no carro o borrifador que usamos para engomar roupa e, a partir daí, a diversão completa pelas ruas quentes e boas, boas e quentes. “E se andássemos no comboio e visitássemos os monumentos todos à turista?” e logo a seguir Mérida vista do amarelinho, o aqueduto dos milagres, o teatro romano, a ponte romana a dar-nos o tom da metáfora, pássaros em voos picados no céu.

 Mérida que acolhia os veteranos romanos depois de muitas lutas e batalhas na pele (para nós também), Mérida cidade de compensação, Mérida no coração.

quarta-feira, 14 de agosto de 2019

Road trip- dia 0



Saímos depois de almoço: uma mala de roupa para cada um, um saco com os sapatos de todos e uma mochila de higiene. Um cesto com comida e bebidas, uma mochila para cada um com termos cheios de bebida. Uma pen com música que a minha mãe gravou ao gosto de cada um de nós, uma almofada de pescoço para a Ana e ála.


Acreditamos que aos sete anos podemos partir numa aventura no asfalto: temos uma rota definida, reservas de dormidas para os primeiros três dias (depois logo se vê quanto tempo queremos ficar em cada sítio que não gostamos de coisas muito rígidas), duas máquinas fotográficas para mim e a Ana, um diário de viagem para a Ana e papéis e aguarelas para o Rui, este instagram para mim. Aos sete anos vamos celebrar a descoberta, a emoção do desconhecido, a imprevisibilidade da vida e a família.


 A união merecida sem horários rígidos, compromissos, stress e afazeres: a liberdade.

sexta-feira, 9 de agosto de 2019

Aos 9 de Agosto de 2019, à Ana por ocasião do seu 7º aniversário



Há sete anos não dormi ansiosa por tu chegares. 

Esperei-te como quem espera todas as estações do ano: esperei-te como quem espera a primeira flor de cera no vaso lá fora que só brota uma flor por ano, esperei-te como quem espera o primeiro dia de praia com o mergulho silenciado por outono, inverno e primavera e o sabor do sal a abraçar-nos a pele, esperei-te como quem espera o primeiro chá quente e scones a sair do forno em tardes de vento e chuva, esperei-te como quem espera a meia noite da véspera de Natal. 

Esperei-te, Ana, como quem espera o amor completo. 

Ontem, depois de quase uma semana de ausência, depois de reclamares a atenção que é tua por direito, depois de pedires colo, beijos e abraços, cafuné e chamego, depois de empurrares cadeiras de rodas, ajudares a transportar tabuleiros no refeitório, de brincares sentada no chão porque se eles não podem usar as pernas tu também não queres usar, depois de teres abraçado a menina que caiu, depois de teres ajudado a pentear outras meninas mais velhas que tu e ajudares a calçar o menino que teve um surto, achei que te tratávamos como uma adulta. 

Olhei-te de fora e vi-te, crescida e madura como as primeiras cerejas, os primeiros figos de setembro, os dióspiros mais melosos e as laranjas mais sumarentas. E chamei-te, culpada por esperar tanto de ti e abracei-te, era meia noite e estavas de vassoura a varrer a sala de formação: “Parabéns, meu amor! Desculpa não nos temos conseguido despachar mais cedo! Desculpa não estares ainda a dormir! Amanhã o dia é só para ti!”.

 E tu, cansada e ansiosa por virmos passar este dia a casa, abraçaste-me: “não faz mal, mãe: eu gosto muito de te ajudar a ajudar os meninos da colónia!” 

Esperei-te há sete anos e admirei-te em todo o esplendor de uma natureza completa como nesta noite de vassoura nas mãos e a doçura de todas as frutas maduras no coração. 

Esperei-te há sete anos como quem espera o amor. Obrigada por mo trazeres inteiro e completo. 

Sete anos, Ana. 

Há sete anos saiu-me o sete no Totoloto: és o meu jackpot. 

Parabéns, meu amor!

sexta-feira, 21 de junho de 2019

21 de Junho: solestício de Verão



Ando a escrever um livro para a Ana, avô. ´

Já vai com muitas páginas e conta as histórias da nossa família para ela um dia ter certeza de que sangue e fibra é feita, de onde vem (de onde “bem”), que histórias a trouxeram até ao meu ventre, que adn moldou o seu carácter, espírito, coração.

 Reparei que muitas pessoas de cujas histórias lhe relato chegaram até mim em farrapos de momentos e cujas histórias de vida lhe resumo num parágrafo, dois se tanto. A tia Isaura que morreu com uma apendicite e que foi enterrada vestida de noiva de véu e flor de laranjeira depois do namorado confirmar que morria virgem e imaculada. A tia Maria que escondeu uma gravidez concebida no meio do milho e que foi mãe solteira para vergonha de toda a gente, sem nunca mais ter conhecido outro homem que não o cretino pai da filha que nunca a perfilhou. A tua mãe, minha bisavó Ana, que morreu queimada porque teve uma crise de epilepsia enquanto se aquecia à lareira. 

Decoramos e transmitimos de geração em geração as pessoas assim: por acontecimentos invulgares ou excepcionais, por feitos não normativos. Nunca resultam em mais de um parágrafo. 

No entanto, a ti avô, dedico várias páginas deste livro e tu eras tão normativo e previsível, tão certinho e normal e ainda assim o homem mais importante da minha história, luz e calor, referência securizante e óbvia, solstício de Verão na minha vida. 

A tua vida e o verão com que iluminou as nossas davam um livro cheio de amor, ternura, dedicação e bondade. Hoje fazes 89 anos. 

Continuas a fazer enquanto não fores apenas um parágrafo resumido na história dos teus descendentes futuros. F

azes 89 anos porque não és passado em mim, nunca me passarás, querido avô, presente de presença e presente de prenda, presente ao quadrado para sempre em mim. 

Parabéns!

quarta-feira, 27 de março de 2019

domingo, 13 de janeiro de 2019

Porque hoje é dia 13...

Somos de datas simbólicas embora, na realidade, todos os meses, desde o primeiro, assinalamos o dia 13. Digo assinalamos porque nem sempre festejamos. 

Houve dias 13 de festa, claro, a maior parte deles, mas também houve de cansaço extremo, de chegar ao fim do dia de trabalho e de sermos engolidos pela rotina e só desejarmos feliz mesário já deitados na cama, antes de dormir. Houve dias 13 miúdos, de estudo, vésperas de frequências, de férias escolares dele nos Açores e minhas em Monte Gordo, de jantares de refeições macrobióticas na cantina velha da cidade universitária. Houve dias 13 dele sair tarde do café Chocolat em Cascais ou da Zara onde teve que trabalhar depois das aulas para pagar as propinas e a sobrevivência durante os últimos anos da faculdade . Houve dias 13 de desemprego, de trabalhos duros, de salários em atraso e de flores roubadas em quintais de vizinhos, de não sabermos como ia ser a nossa vida no mês seguinte. Houve dias 13 na primeira casa alugada e na segunda e um dia 13 numa casa vazia com um bebé de um mês no colo, olhos marejados, depois de nos assaltarem a casa e nos levarem tudo. Houve dias 13 sem dinheiro para o fim do mês e dias 13 de aumentos salariais e jantares em sítios que sempre sonhámos ir como o 100 maneiras. Houve dias 13 a guardar o segredo excitante de que tínhamos um bebé na barriga e o dia 13 de Agosto de 2012 em que passámos finalmente a ser 3 numa bolha de amor, pais: nós. Houve dias 13 separados, zangados, desiludidos um com o outro, apartados e sem sermos marido e mulher e dias 13 de reencontro e reconciliação. Houve dias 13 de aliança de namoro no dedo e depois aliança de casados e até sem aliança antes de tudo voltar a ser como é agora. Houve dias 13 na primeira casa comprada e a partilharmos uma hipoteca, dias 13 de luto e de dor de pessoas que fomos perdendo e dias 13 banais, de esparguete com carne guisada sem glamour porque a vida não é sempre purpurinas. Houve dias 13 em NYC num rooftop no dia em que comemorámos 13 anos e casámos os anos de namoro.

 E houve aquele dia 13 no terraço do bar do ISCTE em que ele me roubou um beijo e mudou os meus dias 13 para sempre. Venha o próximo. 

São 20 anos de dias 13. 

segunda-feira, 26 de novembro de 2018

O Mundo divide-se (edição mete-nojo)

O mundo divide-se entre quem é mãe e continua a acordar às onze da manhã ao sábado e as outras. 

quinta-feira, 11 de outubro de 2018

Começar o dia a (Eslo)vacalhar

"Boa noite :)

Aqui vai a Quadripolarização da Eslováquia. Tenho de confessar que já vivi lá uns meses... Mas foi passando, passando e vim embora sem a Quadripolarizar! Espero estar perdoada x)
As duas primeiras fotos são do Lago Kuchadja, a paisagem não é a melhor mas dado que o lago estava todo congelado eu achei apropriado. Na terceira foto era eu que já estava congelada, mas o "ovni" é daqueles pontos imperdíveis e merecia ficar registado.




Não sei se precisavas, mas Quadripolarizei também Viena, no Palácio da Princesa Sissi (sim, e com mais um lago congelado!) :)



Espero que gostes das fotos e peço desculpa pelo papel tão pequeno, mas foi o que consegui arranjar.

Beijinhos
Raquel"


Xinapá, Raquel! Já me enviaste isto há tanto tempo que se calhar já tens filhos a entrar na universidade e já usas o cogumelo do tempo! Tu desculpas.me? Tu desculpas-me?

Eslováquia e Áustria quadripolarizadas! Yeahhhh!





[O planisfério está actualizado aqui
Se alguém me enviou quadripolarizações que não foram publicadas, a razão tem que ver com a minha falta de organização a gerir a conta de email do blog (que- juro-vos!- é uma coisa impossível). Assim, peço-vos que mas reenviem, please, please, para o email euquadripolarizo@gmail.com. 

Muitas desculpas e renovadas gracias, sim?!]

quinta-feira, 4 de outubro de 2018

quinta-feira, 9 de agosto de 2018

Aos 9 de Agosto de 2018, à Ana por ocasião do seu 6º aniversário

Seis anos. Fecha-se um ciclo e eu sinto-me expectante pelo que aí vem sem deixar de sentir uma ponta de nostalgia pelo que passou. 

Em ti, Ana, já não há quaisquer resquícios do bebê que foste: não há chuchas, dormes sozinha, não há elementos de transição nem tiques de primeira infância, comse sozinha, a voz já não é de bebé nem no tom nem na articulação de palavras, estás com um timbre natural deliciosamente rouco e já lês tudo. Continuas a procurar o meu colo e a pedir-me beijinhos nas feridas até que a parva da pré-adolescência te traga a mania que és auto-suficiente e crescida demais para o afecto. 

Antes de dormir disse-te: “Estás a crescer tão depressa, Ana! Já sabes tantas coisas do Mundo” e tu abraçaste-me e suspiraste, num tom de fado que só usas comigo, “eu não sei nada, mamã!” Respondi que sabias sim e que cada vez menos precisavas de mim para os rituais do dia-dia. “Já comes sozinha sem ajuda há que séculos” “Mas preciso que tu me cozinhes e sopres a comida antes de vir para a mesa para eu não me queimar” “Também já fazes a cama sozinha!” “Mas preciso que no fim tu dês sempre um jeitinho” “Já lês letras e frases” “Mas preciso que tu leias os livros inteiros porque são muitas frases e me canso” “Já tomas banho sozinha!” “Mas preciso de ti para me tirares espuma do cabelo” Sorrio.

 Tu sorris-me de volta e metes-me a mão no pescoço, abraçando-me. 

Repito baixinho para me convencer “eu serei sempre a mãe que sopra a comida, que lê as histórias grandes quando o sono não permite, que dá o jeitinho na cama, que tira a espuma no fim do banho, a mãe que compõe”. Não te quero fazer sentir este peso. “Mas sabes, Ana, não tem mal nenhum não precisares da mãe! Quando crescemos é normal!” “Sei, mãe. Mas também não tem mal nenhum continuar a precisar para sempre...” 

Estás a crescer, Ana, depressa e ainda bem porque és tu quem me ensina, agora, tantas coisas do Mundo, enfim.

quarta-feira, 18 de abril de 2018

quarta-feira, 7 de fevereiro de 2018

Feliz ano novo, mámen!

Rui aos 39 anos: será sempre loiro mas está cada vez mais grisalho, gosta de vinho tinto às refeições, não perde um livro ou uma série histórica, sabe tudo sobre Reis e rainhas e arte, gosta de viver em Cascais mas será açoriano com orgulho até morrer, adora crianças em geral e é louco pela Ana em particular, se pudesse tinha mais dez filhas, acorda todos os dias antes de todos para ir à padaria comprar pão fresco para nós, se fosse uma cor seria azul, já não fuma e às vezes não sabe o que há-de fazer com os dedos enquanto bebe uma bica, acredita muito no seu Deus, lê sempre antes de dormir, adora passar a ferro e diz mesa de passar, chócolate e caixinha de leite, tem uma gargalhada alta mas é discreto e low profile, despreza dinheiro e bens materiais, pinta bem, canta bem, adora séries de detectives, é desconfiado e não é facilmente conquistado, conduz mal, é refém da Electra e quando se refere a mim diz sempre “a minha loira”, chama-me Lilica e grunguinha, ressona mas dorme em conchinha como ninguém, tem o melhor abraço do Mundo e é o farol desta casa. 

Celebra hoje o seu aniversário e nunca saberá o quanto o amamos a ele por tudo o que ele é. 

Feliz ano novo, grunguinho!

sábado, 13 de janeiro de 2018

Porque hoje é dia 13

             

E (hoje) cada post meu será para te dizer que eu sei que vou-te amar por toda a minha vida. 

quarta-feira, 10 de janeiro de 2018

Zâmbia e Zimbabwe? Checked.




"Bom dia Ursa! Estive de férias na Zâmbia com o meu marido, que trabalha lá, e não podia deixar de contribuir para a cruzada. Aqui vai uma foto das cataratas Vitória, na fronteira com o Zimbabué. Beijinhos, Maria João"


Obrigada, querida Maria João para ti e marido! <3



O planisfério está actualizado aqui e é- prometo!- este ano que eu ponho as quadripolarizações tooooodas em dia.


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Muitas desculpas e renovadas gracias, sim?!

segunda-feira, 8 de janeiro de 2018

O Mundo divide-se...

Egipto quadripolarizado




"Olá, Pólo Norte 😊

Tinha enviado esta foto através do instagram, mas reparei agora que pede para enviar por e-mail. Assim, aqui está o Egipto quadripolarizado (Agosto de 2017) pelas irmãs Carla e Cláudia Oliveira, no Templo de Hatshepsut."

Obrigada, manas! 


O planisfério está actualizado aqui e é- prometo!- este ano que eu ponho as quadripolarizações tooooodas em dia. 



Se alguém me enviou quadripolarizações que não foram publicadas, a razão tem que ver com a minha falta de organização a gerir a conta de email do blog (que- juro-vos!- é uma coisa impossível). Assim, peço-vos que mas reenviem, please, please, para o email euquadripolarizo@gmail.com. Muitas desculpas e renovadas gracias, sim?!

sábado, 6 de janeiro de 2018

Chipre





"Olá Pólo Norte, quadripolarizei o Chipre, mais um país para acrescentares à tua lista! As fotos são da Petra tou Romiou ou Rocha de Afrodite. Segundo a mitologia é o local de nascimento da deusa Afrodite! M."

sexta-feira, 5 de janeiro de 2018

Resolução de 2018: pôr em dia as quadripolarizações desde 2015




Quando tens um jantar marcado há meses e a tua filha adoece e tu tens que fazer o que tem que ser feito e ficas naquela ambivalência de "tem que ser" mas "Oh que merda", de "paciência" mas" fosga-se que timing do camandro" e resignas-te e pensas "cabrão de azar: pão de pobre cai sempre com a manteiga para baixo..." 

Mas eis que as tuas amigas, lá a jantar, mostram que não tens azar nenhum: o melhor do mundo são as tuas pessoas. E isso é sorte. Melhor sorte no mundo não há. 

quarta-feira, 29 de novembro de 2017

quarta-feira, 9 de agosto de 2017

Aos 9 de Agosto de 2017, à Ana por ocasião do seu 5º aniversário

 No dia em que fizeste 5 anos não consegui tirar os olhos de cima de ti.

Antecipo-te cada gesto, cada mordiscar de lábio quando estas nervosa, cada arregalar de olho quando estas excitada, cada gargalhada quando estás pronta a fazer um disparate.
Ando neste namoro há cinco anos, de te (re)conhecer, de aprender quem és e como devemos gerir a nossa relação e o nosso afecto, de como te educar e amar, de como viver contigo aqui.
Nem sempre tem sido fácil, não te minto. As maiores dificuldades tem sido gerir as minhas expectativas e projeções, fazer o luto da filha que idealizei e passar a amar a filha que tu és e eu gosto tanto de ti assim tão diferente de tudo o que eu estava habituada a lidar. Não és uma Mini me e hoje sei que ainda bem. Não és uma extensão de mim nem sequer temos traços de personalidade semelhantes. Somos diferentes e complementares e todos os dias aprendemos a vida uma com a outra. E ainda bem.
Aprendi a observar a tua segurança de seres quem és e a incentivar a exploração de todas as tuas características tão únicas e a não cederes só porque os outros constroem, projetam ou esperam de ti. Ninguém tem que esperar. Porque tu és nova, fresca e única.
Não és extrovertida como eu, nem sociável nem eufórica. Não és tímida como o teu pai, nem loba solitária nem introvertida.
Seleccionas bem tudo: a quem entregas o teu afecto, a quem dedicas a tua atenção, as piadas que merecem a tua gargalhada. Não és agradadora nem fazes nada para alimentar o ego dos adultos em teu redor. Estás demasiado ocupada a seres tu.
Aprender-te tem sido melhor desafio da minha vida e fico assim-como nesta foto-como neste dia- espantada e deslumbrada por tudo o que de novo me apresentas com cinco anos: essa segurança, essa confiança, essa certeza de não te quereres dobrar pelos outros quando os outros não te importam, essa firmeza de seres quem és e de esperares- com toda a naturalidade do Mundo- que nem questionemos ou aceitemos mas que simplesmente te amemos assim. E amamos. Tal e qual assim.
Com este deslumbramento no olhar. Há 5 anos que somos mais felizes por tua causa. Não por causa da filha que projetámos ou construímos mentalmente. Mas por causa de ti. Real. Assim.

sábado, 15 de julho de 2017

Olh'á Croácia fresquinha!

                             



"Aqui vai a Croácia quadripolarizada. 
Mais concretamente, as cascatas do parque natural de plitvice. 
Beijinhos "

Filipa Guimarães


Obrigada, Filipa! Adorei!

sábado, 1 de julho de 2017

O Mundo divide-se... (edição fonética)

... entre as pessoas que conhecem esta música como a música da Lasanha e as que a conhecessem como o hino da Liga dos Campeões.


             

Este será o ano novo blogosférico em que conseguirei pôr as quadripolarizações em dia: é uma promessa!



A minha querida Filomena nunca me falha. Desta feita, temos a Bielorrússia quadripolarizada!

[Temos a Europa praticamente quadripolarizada. Falta apenas quadripolarizar a Albânia, o Azerbeijão, a Bósnia Herzegovina, a Croácia, o Kosovo, a Macedónia, Malta, a Moldávia, a Roménia, a Sérvia e a Ucrânia. Sintam-se à vontade para o fazer, tá? Enviem as V. fotos para quadripolaridades@hotmail.com.]


Conheça todos os países já quadripolarizados aqui.

sexta-feira, 30 de junho de 2017

O Mundo divide-se... #edição sopeira

... as pessoas que têm a tábua de engomar e o ferro ao género de instalação artística permanente no meio da sala o ano inteiro e as outras.




suspiro*

Uma pessoa fica aqui a cismar...





Olha se me desse uma travadinha musical destas a mim?


É que - fora de brincadeiras- sou alérgica ao látex.
Sim: ao látex- leram bem.


quinta-feira, 29 de junho de 2017

O Mundo divide-se... (edição fonética)

O mundo divide-se entre quem toda a vida cantou "Vamos à la praia" em vez de "Banhar-nos à praia" e os outros.

.

Vamos lá voltar à quadrievangilização que já estavamos cheios de saudades




"Olá Pólo Norte,

quadripolarizei o Chipre, mais um país para acrescentares à tua lista!
As fotos são da Petra tou Romiou ou Rocha de Afrodite. Segundo a mitologia é o local de nascimento da deusa Afrodite!

M."

Querida M., desculpa o atraso na publicação de tão nobre quadripolarização, ainda mais com um país à estreia: mea culpa!

Graças a ti temos  agora 91 países quadripolarizados: é muita fruta! Obrigada!



[Chipre quadripolarizado. Todos os países quadripolarizados aqui]

quinta-feira, 4 de maio de 2017

O Mundo divide-se (edição "fuck my life")

O Mundo divide-se entre as pessoas que já enviaram um email com a frase "junto envio-lhe um peido" ao invés de "junto envio-lhe um pedido" e as outras. 

terça-feira, 7 de março de 2017

O Mundo divide-se entre...

... as pessoas que contam os dias que tem cada mês socorrendo-se dos nós dos dedos e as outras.

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017

terça-feira, 24 de janeiro de 2017

segunda-feira, 23 de janeiro de 2017

O Mundo divide-se entre...

... as pessoas que se queixam do frio e as pessoas que se queixam das pessoas que se queixam do frio.

sexta-feira, 13 de janeiro de 2017

Aos 13 de Janeiro de 2017 por ocasião da comemoração do nosso 18º aniversário de namoro




18 anos.
Pode, finalmente, sair à rua em traje de festa.
Pode disfarçar os restos de acne que acusam a sua recente adolescência, colocar maquilhagem para parecer mais adulto e sorrir com o sorriso de sempre, feliz por existir. Por resistir.
Pode não se arrepender dos erros, pode lembrar-se de cada aprendizagem, pode colecionar memórias de dias solarengos e chuvosos, pode sentir nos ossos e nas rugas a passagem do tempo. E sentir-se confiante por tudo o que viveu e o que tem para viver,
Pode assinar os seus papéis, ser encarregado da própria educação, gerir a sua vida sozinho.
Pode beber para comemorar, ter porte de arma para matar intrusos, militar-se no partido do felizes para sempre.
Pode fazer uma tatuagem na pele com a certeza que nunca se vai arrepender, fazer um piercing só por rebeldia, sentir-se crescido, adulto e confiante.
Pode votar nas suas opções, conduzir em todos os seus caminhos, ser responsabilizado pelas suas decisões.
Pode, este amor, ser independente, decisor, livre.
Pode ser o amor de sempre. Desde o primeiro dia. Com todas as suas perfeições e imperfeições. Toda a vida vivida. Toda a essência que o fez chegar aqui.
Pode fazer tudo o que lhe der na real gana.

Amor Maior.
Pode ser, exactamente, como sempre foi.

[Parabéns a nós.]

sexta-feira, 6 de janeiro de 2017

Uma quadripolarização especial



Esta é a minha melhor amiga.
Quando percebi que ela estava apaixonada por um muçulmano torci o nariz, desconfiei muito, e só não agoirei porque gosto tanto dela que não podia torcer para que desse errado uma coisa que ela queria tanto que desse tanto certo.
Não acolhi o novo membro do clã como ele merecia. Deixei o meu preconceito, os meus estereótipos, o meu etnocentrismo dominar-me durante muito tempo, mais do que o razoável, demais o suficiente para me envergonhar.
Foi um processo moroso o de dar hipótese à pessoa em detrimento da sua religião, dos seus costumes, dos seus hábitos.
Hoje gosto muito dele. Mais do que alguma vez imaginava. Senti-o verdadeiramente quando, passados muitos anos, no último Verão nos abraçámos na maternidade. Ela não viu o abraço. Mas foi um abraço muito bonito e sincero, muito sentido.
Partilhei com ele um dos dias mais bonitos das suas vidas. Talvez o mais bonito de todos. Estava lá, não só testemunha de uma sobrinha especial, como a participar naquela bênção.
A minha sobrinha é filha de uma judia e de um muçulmano como se fosse um prenúncio do entendimento israelo-árabe, mais do que tolerância: de celebração da diversidade.
Esta quadripolarização do Líbano aconchega-me mais do que todas as outras. É a quadripolarização de uma amizade sem fronteiras. Que derruba todos os preconceitos, estereótipos, intolerância e sentimentos que, hoje, muito me envergonham.
À sua maneira, é uma quadripolarização de amor.


 [Líbano quadripolarizado. Todos os países quadripolarizados aqui]

quinta-feira, 5 de janeiro de 2017

Eu avisei que em 2017 ia rebentar com o rácio de quadripolarizações por mês


"Quadripolarizámos o Japão!
Achei que o castelo Himeji, o "cisne branco", ficava bem na tua colecção. "

Beijo enorme com uma pontinha de inveja, querida Luisa.
Mil obrigadas com sabor a sushi!

 [Todos os países quadripolarizados aqui]

segunda-feira, 2 de janeiro de 2017

O Mundo divide-se entre...

... quem passa TODAS as refeições dos primeiros dias do ano novo a morfar os restos das Festas e os outros.


E a estrear o ano quadripolar


... Israel finalmente quadripolarizado pela querida Andreia!

<3


 [Todos os países quadripolarizados aqui]

terça-feira, 8 de novembro de 2016

O Mundo divide-se entre...

... a possível vitória de Hillary Clinton nas eleições de hoje e a possibilidade do Mundo deixar de se dividir no quer que seja.

quarta-feira, 2 de novembro de 2016

segunda-feira, 31 de outubro de 2016

Neste momento ele está dentro de um avião..

 
 
... e eu estou ansiosa como uma adolescente a esperá-lo.
Um companheiro de uma vida acaba por se tornar em família, quer queiremos quer não, como se a vida antes dele chegar fosse embrionária nestas coisas do amor passional, do amor da conchinha na cama, do amor do cafuné no sofá, do amor da canja levada à cama quando estamos doentes e do amor do ADN misturado num filho a dois.
Há muito tempo que não estávamos separados tantos dias seguidos e é bom perceber que somos independentes, que o curso do dia segue fluido independentemente da presença um do outro, que não precisamos funcionalmente um do outro e que é isso tudo que faz com que termos decidido ficar um com o outro, que faz sabermos que estarmos juntos é sempre melhor que estarmos sós, que termos decidido ser um plural sem precisarmos um do outro mas por gostarmos tanto um do outro, torna tudo mais mágico e especial.
Um companheiro de uma vida acaba por ser parte de nós, ter lugar nos espaços que percorremos todos os dias e ter timings certos nas horas dos nossos dias.
E o bom disto das saudades é que são provisórias e não tarda muito ele está aqui a contar-me como foram os seus dias, o que aprendeu, o que me quer ensinar e todas as histórias que viveu na ausência de nós enquanto plural que somos. E o bom disto das saudades é que a distância não muda nada e não tarda nada eu conto-lhe como foram os meus dias, o que vivi, o que memorizei para não me esquecer de lhe contar e todas as pequenas histórias que vivi na ausência de nós como plural que somos. E o bom disto das saudades é lembrarmo-nos, por força da separação dos dias, da bifurcação provisória dos caminhos, que somos seres individuais e que essa individualidade se mantém e se pode transportar até ao reencontro do plural que somos.
Neste momento ele está dentro do avião. "Coração ao ar!"- assim está o meu. O bandido conquistou-me para todo o sempre.
E, sim, o bom disto das saudades é que estão quase a terminar. Um companheiro de uma vida faz parte de nós mesmo quando não estamos nós. Sim, estamos. Porque nós, independentemente de onde cada um de nós estiver no tempo ou no espaço, somos sempre um nós.
Um plural mesmo bom.

segunda-feira, 5 de setembro de 2016

Quadripolarização durante despedida de solteira? Done!


"Olá Pólo,
Finalmente segue a quadripolarização de Maastricht, na Holanda.
Tirei a foto na minha despedida de solteira, daí aquele belo ovo a adornar a paisagem, com que tive de andar todo o dia!
Coloquei "we ❤ pólo norte!" Porque efectivamente é assim, eu e 4 amigas, tudo emigrado na Holanda, somos tuas leitoras assíduas! (Ana M.,  Ana R., Liliana, Magda e Joana).
Espero que gostes! 
Bjinhos

Ana M"


Adorei, querida Ana! Que cuides dos tempos de casada que aí vêm como cuidaste desse ovo: com cuidado e zelo.

Beijinhos enormes para ti e para a outra Ana (vivam as Anas), a minha xará Lilas, a Magda e a Joana


 [Todos os países quadripolarizados aqui]

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