terça-feira, 6 de janeiro de 2015

Podes meter no pause?

Querida Ana, 

Tens dois anos e quatro meses (quase cinco). Um dia quando tiveres a idade das mães perceberás a lógica de medirmos o tempo assim, em meses, em semanas, fracções mais pequeninas, como se houvesse uma qualquer necessidade de fragmentarmos o tempo em unidades minúsculas e isoladas para o encaixotarmos melhor nas memórias. 
Decoro-te todos os dias: quando acordas, quando brincas, quando fazes expressões que me lembram antepassados meus e teus e inventas novas- só tuas!- quando me estendes os braços a pedir "coio", quando te encostas a mim no sofá, de mansinho, como que a pedir abrigo, quando adormeces nos meus braços. 
Estás pesada mas nunca te senti tão leve como quando te carrego ao descermos as escadas de casa para que não tropeces, quando te encaixas nos meus quadris para que te ajude a descansar as pernas velozes e traquinas, quando adormeces no meu colo. Estamos a crescer juntas, filha, e à medida que tu te tornas mais pesada para o Mundo mais o meu Mundo se adapta a ti, mais força ganho nos braços, mais super poderes ganham os meus lábios quando me apontas os dói-dóis para eu beijar, menos pesada me pareces, meu amor, calibrados que estão os nossos corpos. 
Às vezes apetecia-me ter um comando e colocar esta tua idade no "pause", ficares assim para sempre, já não bebé mas ainda não uma menina crescida, comunicando com palavras atrapalhadas, dançando com gestos descoordenados, dormindo sem pressas nem compromissos no dia seguinte e sorrindo sem razão, só porque sim, porque és feliz. 
Dizem-me que o melhor está para vir e eu acredito porque, connosco, o amor e e encanto do teu crescimento tem tido uma magia crescente, o melhor esteve sempre para vir. 
Mas agora está tão bom e queria meter o "pause", ficarmos assim para sempre: tu pequenina e feliz, a encaixares-te nos meus quadris quando te sentas ao meu colo, a caberes na perfeição na curva do meu pescoço quando adormeces com a cabeça pousada nos meus ombros, a olhares-me com olhos de amor sem fim, sem cobranças nem cansaços, a dizeres-me com voz de bebé crescida como gostas de mim. 

(E pudesse eu um dia fazer-te sentir, em medidas fraccionadas- como as do tempo- o quanto eu de ti...)

Arrrrrriba!

"Exma. Senhora Dona "Ursa",

No seu mapa quadripolar reparei que o México ainda não estava quadripolarizado, pelo que, aproveitando a minha ida recente a esse país para festejar o meu 10º Aniversário de Casamento, decidi dar a minha contribuição.
Em anexo segue a prova do "crime".

Chichén Itzá - México: Quadripolarizado!

Beijinhos da Margarida e do Óscar"


Beijinhos aos namorados! E parabéns atrasados!!! 

sábado, 3 de janeiro de 2015

A minh'Anabela é, oficialmente, a melhor quadripolarizadora de todos os tempos


"Olá! Aqui vai mais uma quadripolarizacao, acabadinha de tirar, "fresquinha, "fresquinha"!
Beijinhos muitos! Anabela"

Anabela ézamaior! <3

sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

Pólo Norte quadripolarizado






O Francisco e o Afonso  foram à Lapónia (Finlândia) e quaadripolarizaram tuuuuudo o que havia para quadripolarizar: a casa do pai Natal, o círculo polar ártico (na linha que o define)  e tudo e tudo. 

Pólo Norte (finalmente!) quadripolarizado na melhor quadripolarização de 2014!


segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

O Mundo divide-se entre...

... as pessoas que, na ceia de Natal, comem bacalhau com batatas e couves e as que comem peru.

segunda-feira, 24 de novembro de 2014

sábado, 15 de novembro de 2014

Afinal, caraças, temos uma música! (Obrigada, Spotify!)


Conhecemo-nos em 1998. Começámos a namorar em 1999. Namorámos muitos anos. Casamos. Descasámos. Recasámos. Tivemos a Ana. A Ana e o pai tem uma música na banda sonora das suas vidas. Eu e a Ana temos uma música na nossa relação umbilical. Mas, quando nos perguntavam, a mim e a ele qual era a nossa música perdíamos num sem número de músicas que se ouviam no final dos anos 90, início de 2000 e não chegávamos a qualquer conclusão.
Hoje, a ouvirmos o Spotify lembrámo-nos de procurar álbuns cujos CDs tínhamos quando começámos a namorar, E esta música, enterrada nas catacumbas da nossa memória, começou a tocar nas colunas do computador, tão longe das colunas da minha aparelhagem gigantone no meu quarto de solteira, tão longe do auscultador do meu telefone de disco para onde ele me ligava dos Açores antes de dormirmos, mas tão nossa.
E olhámos um para o outro, enquanto arrumávamos a cozinha a ouvir a música, aquela música, e a letra saia-nos dos lábios, tão fresca, tão presente, tão perto, tão nosso. E dançámos agarrados, entre loiça no escorredor, pão a fazer na máquina e a Ana a dormir a sesta. Tão longe da vida dos tempos de namorados. Tão mais felizes.
Hoje reencontramo-nos com a nossa música.
Aguentem a fofi-melosó-parolice!



A che serve piangere
Rinunciare a vivere
Resta qua se ti va
Non pensare, abbracciami
Lasciami sognare
La tua pelle morbida
Voglio accarezzare
E finche non avro
Anche l'anima
Io saro sempe
Sulla tua scia
Non puoi fuggire
Perche sei mia
Perche ti voglio
Perche mi vuoi
Un mondo si apre
Intorno a noi
E se vorrai crederlo
Io saro l'angelo
Che non ti abbandonera
Quando sul tuo viso
Non vedra risplendere
Dolce il tuo sorriso
E finche non avro
Anche l'anima
Io saro sempre
Sulla tua scia
Non puoi fuggire
Perche sei mia
Perche ti voglio
Perche mi vuoi
Tutto sarai per me
Perche ti voglio
Perche mi vuoi
Un mondo si apre intorno a noi
Un mondo si apre intorno a noi

Querida Ana, algumas dicas da tua mãe para lidar com os gatos (e, daqui a uns anos, com os homens)

1- Ignora-os. Se andares a persegui-los vão fugir sempre de ti. Finge que não lhes estás a passar cartão nenhum e, devagarinho, começarão a sentir curiosidade acerca de ti, a chegar-se mais perto e a quererem festinhas.
2- Não os sufoques. Não os estrafegues, não os apertes em demasia, não lhes tires o ar à força de tanto os quereres. Sê meiga, acarinha-os quando estiverem pousados mas aprecia a ligeireza com que andam à solta. Se assim fizeres, voltarão sempre para fazer ninho no teu colo.
3- Dá-lhes comida, bebida, afecto e calor e tens-nos felizes da vida. Não precisam de muito mais para querer ficar.
4- Na maior parte das vezes preocupas-te apenas com os parasitas externos. Mas lembra-te que expurgar os internos é mil vezes mais importante.
5- Podes comprar algo para eles arranharem mas irão sempre dar cabo dos teus sítios preferidos com as unhas É a maneira de mostrarem que gostam de ti.
6- Adoram coisas que mexem e fazem barulho. Diverte-te com o chinfrim!
7- Se eles se portarem mal dá-lhes um grito. Bater não faz nada. Eles detestam barulho. Cedem sempre com resmunguice. 
8- Estes seres não têm dono. Têm mates.
9- Nunca tenhas a prepotência de achar que os escolhestes. Eles é que te escolhem, sempre, a ti.
10- Aparentemente não são a melhor companhia, a mais leal, a de amor mais condicional. São mais independentes, desligados, cheios de personalidade e, até, um bocadinho snobs. E é, exactamente por isso, que tu nunca lhes vais conseguir resistir.

terça-feira, 11 de novembro de 2014

Uh lá lá!


"Minha querida Polo, mais um pontinho para a Cruzada Quadripolar. É o Castelo de Villandry no Vale do Loire em França Gosto bues de ti beijokas. Teresa"

Bisous, querida Teresa!

sexta-feira, 7 de novembro de 2014

Por falar em legionellas

O mundo divide-se entre as pessoas que dizem bactéria e as que dizem báctéria.

domingo, 2 de novembro de 2014

O Mundo divide-se entre...

... quem gosta de canja feita com arroz e quem a prefere confecionada com massa de pevide.

segunda-feira, 27 de outubro de 2014

sábado, 25 de outubro de 2014

sexta-feira, 24 de outubro de 2014

O mundo divide-se entre...

... as pessoas que, em criança, fizeram uma bailarina a partir de uma papoila e os outros.

sexta-feira, 3 de outubro de 2014

O mundo divide-se entre...

... as pessoas que diferem os dedos usando a lengalenga "mindinho, seu vizinho, pai de todos, fura-bolos e mata-piolhos" e os outros.

segunda-feira, 22 de setembro de 2014

O mundo divide-se entre...

... as pessoas que preferem massa de pizza fininha e estaladiça e o os que preferem massa alta e fofa.

quinta-feira, 18 de setembro de 2014

O mundo divide-se entre...

... as pessoas que dizem "obrigado/obrigada" de acordo com o seu sexo e os outros.

quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Aniversário

Ontem o empregado de mesa percebeu que havia comemoração. Esteve ali à conversa connosco um bocadinho, confidenciando-nos que gostaria de descobrir o segredo de se manter uma relação. Não lhe soubemos responder. 
A nossa relação não tem segredos. Ou melhor, já os teve, bem ocultos, já deixou de os ter, expostos como uma cicatriz ao sol, e agora vai tendo alguns, os necessários para cada um preservar a sua agenda secreta, a sua individualidade, num plural que escolhemos ser. 
Manter uma relação não é fácil mas também não é tão complexo como, à partida, pode parecer. Talvez nunca o tenhamos racionalizado muito bem porque isto gere-se mais com o coração do que com a razão. Não percebo nada das relações dos outros- muitas vezes nem da minha- mas sei que a música do Jorge Palma tão bem se adequa a nós "enquanto houver ventos e mar, a gente não vai parar, enquanto houver ventos e mar". 
Capacidade de empatia. Sabermo-nos pôr no lugar do outro, calçar os seus sapatos, sentir onde lhe apertam, onde se deformam com o desgaste dos passos. 
Tolerância. Compreender, aceitar muitas vezes sem compreender, preferir muitas vezes ser feliz do que provar que se tem razão, seleccionar criteriosamente as lutas que se quer travar, relevar as insignificâncias do dia-a-dia, nunca esquecer que se gosta daquela pessoa, do que se gosta e do que nos faz continuar a querer gostar. 
Resiliência. Escolher não desistir ao primeiro obstáculo, olhar para cada problema como um desafio, não perder de vista o que se quer, que se quer estar junto, não esquecer do que se gosta, das características que nos fizeram apaixonar por aquela pessoa, alimentar-lhe os risos, contribuir para o outro ser feliz. Querer-lhe bem. 
Não há receitas mágicas, varinhas de condão ou poções milagrosas para se manter uma relação. Nem sempre é bom, nem sempre é aprazível e nunca, mas nunca, é perfeito (oh, se não é!).
Na nossa prevalece a ideia, partilhada, de que queremos fazer o outro feliz e que somos responsáveis por ele enquanto parte de um todo, que somos nós. E vivemos nessa tentativa diária, constante e permanente. Empurrando a vida com o coração. 

(Feliz aniversário, meu amor. Quero-te muito bem.)

segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Aos 9 de Agosto de 2014, à Ana por ocasião do seu 2º aniversário




Quando soube que estava à espera de uma menina as pessoas diziam-me que o meu Mundo se ia encher de cor-de-rosa. Mas tu nasceste com estes olhos azuis e trouxeste uma imensidão de céu e mar à minha vida.
Há dois anos nasceste-me e trouxeste-me ao Mundo como se o Mundo sempre estivesse lá mas só se fizesse Mundo aos meus olhos, ali, naquela primeira troca de olhares entre nós: céu e terra, mar e areia, os meus olhos e os teus. 
Há dois anos pariste-me mãe como se a vida pudesse ser virada às avessas e, de repente, eu e tu fossemos una para sempre, mãe e filha, umbigo de amor impossível de cortar. 
Há dois anos chegaste, das águas e é de água que é feito o nosso amor: límpido, transparente, cristalino e natural, azul como os teus olhos. 
Há dois anos mudaste a nossa vida para sempre e tudo é mais maravilhoso desde então. 
Hoje olhei para o céu com uma maravilhosa lua cheia de graça, fechei os olhos, e agradeci a todas as estrelas: tu és a materialização do cumprimento de todos os meus desejos, minha filha, meu bebé crescido, meu grande amor...
Parabéns, minh'Ana e obrigada por teres chegado à nossa vida mas, especialmente, teres nascido de mim para mim, tornando o meu Mundo incrivelmente mais azul. 
Ano-te!
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