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quinta-feira, 13 de janeiro de 2022

Borboletas na barriga

 


Preciso de me rodear de coisas bonitas (e confortáveis). Não quero saber se está na moda (odeio o conceito de moda), se os outros gostam, se é consensual: se eu cismo com uma coisa, eu vou atrás.
Vale com tudo, também com objectos. Eu gosto de objectos, mais pela simbologia que pela utilidade, pelos gatilhos emocionais que me provocam.
Então eu cismei que queria redecorar a sala para enterrar 2021: trocamos os móveis de sitio, pomos coisas na arrecadação e trazemos outras que por lá andam, reforçamos as estantes porque livros é aquela coisa do first things first e, já com tudo nos novos sítios, percebemos que sobrou a parede da mesa de jantar e, de repente eu queria uma parede de pratos decorativos. Ah, está demode! Who cares? Eu quero muito.
Fui à feira da ladra e comprei dois, a Manuela de Guimarães disse que me dava uma série deles mas eu cismo com pratos com um tema específico: fauna e flora. E eu, a dizer que, caraças, não me chamasse eu Liliana se não haveria de ter um prato com uma borboleta azul.
Procurei por todo o lado e nada do bendito prato. Existia apenas na minha cabeça.
Hoje ele trancou-se no quarto à tarde, enquanto eu reunia em teletrabalho e, quando já quase noite vim à tona de trás do computador, ali estava na parede da minha sala: o prato com a borboleta azul.
O meu marido decidiu, a um dia de comemorarmos 23 anos de namoro, criar a fauna, a flora e pintar o princípio do Mundo em pratos na parede para mim.
Começou, como há 23 anos, a criar para mim uma Primavera completa.
Obrigada, Rui.

sexta-feira, 3 de setembro de 2021

Casamentolimpíadas: rumo à prata!

 O segredo de um casamento é, no fim do dia, da semana, da vida, no fim de vários caminhos, atalhos e desvios, no fim do tempo e do espaço arranjarmos um ponto fixo de intersecção para nos encontrarmos.

O segredo de uma relação é querermos a mesma coisa mesmo quando queremos coisas diferentes mas, no fim, querermos no limite que resulte, que fiquemos juntos, que continuemos.

O segredo de uma relação é darmos ao outro o que o outro precisa, não apenas o que queremos dar ou, aliás, o segredo é precisamente passarmos a querer dar exactamente o que o outro precisa. Não se dá ao outro o que gostaríamos que nos dessem a nós: damos ao outro exactamente o que o outro precisa e estamos predispostos a dar porque precisamos urgentemente de fazer o outro feliz. E o outro para ele somos sempre nós e queremos o mesmo. Ama-se em espelho.

O segredo de uma relação é não sermos estrangeiros nem turistas na vida do outro: é aculturararmo-nos, aprendermos uma língua comum, termos um visto, uma autorização de residência, depois nacionalizarmo-nos e podermos finalmente fazer casa no peito do outro.




O segredo de uma relação é amar o outro como ele é. Não como o romantizamos, não como queríamos que ele fosse, não como o projectamos: amá-lo exactamente como ele é.
Este ponto de encontro entre o que queremos e o outro quer, o que precisamos e o outro precisa e entre amar o que o outro é, real e cru, este ponto de encontro é a solução do teorema de Pitágoras do amor.

Há 15 anos que, às vezes, tentamos perceber o que o outro quer e precisa. Há 15 anos que, especialmente, nos amamos tal e qual como somos. Há 15 anos que tentamos muito, com vontade, energia, investimento, intuição. Consistência e coerência. Persistência e constância. E por isso resulta ou tem resultado, diz-me tu: porque sou eu e tu e o plural que se encontra neste cruzamento com coordenadas GPS que temos marcadas na pele, na alma, no bem querer.

O segredo de um casamento é não fazer puto de ideia de qual é o segredo e ir com impulso, intuição e fé.

Feliz 15º aniversário de casamento, Rui. Amar-te é simples, fácil e natural. Ser amada por ti é tudo o que quero e preciso. Ser uma pessoa melhor para tu amares orienta a bússola dos meus dias.

Norte. Sul. Este. Oeste.

O meu ponto de encontro és sempre tu.

quinta-feira, 3 de setembro de 2020

A mámen, por ocasião do nosso 14º aniversário de casamento, esperando continuar a nunca ter que lhe pedir




"No te voy a pedir que me des un beso. Ni que me pidas perdón cuando creo que lo has hecho mal o que te has equivocado. Tampoco voy a pedirte que me abraces cuando más lo necesito, o que me invites a cenar el día de nuestro aniversario. 

 No te voy a pedir que nos vayamos a recorrer el mundo, a vivir nuevas experiencias, y mucho menos te voy a pedir que me des la mano cuando estemos en mitad de esa ciudad.

 No te voy a pedir que me digas lo guapa que voy, aunque sea mentira, ni que me escribas nada bonito. Tampoco te voy a pedir que me llames para contarme qué tal fue en el día, ni que me digas que me echas de menos. 

 No te voy a pedir que me des las gracias por todo lo que hago por ti, ni que te preocupes por mi cuando mis ánimos están por los suelos, y por supuesto, no te pediré que me apoyes en mis decisiones. Tampoco te voy a pedir que me escuches cuando tengo mil historias que contarte. 

No te voy a pedir que hagas nada, ni siquiera que te quedes a mi lado para siempre. 

 Porque si tengo que pedírtelo, ya no lo quiero. "

Frida Khalo

 Frida Kahlo

terça-feira, 3 de setembro de 2019

O amor é uma caixa de velocidades

Há uma musica do Jorge Palma que se chama “otimista céptico”. É nela que penso quando alguém mostra admiração pelo facto de estarmos juntos há 20 anos, casados há 13 - completamos hoje- e nos pergunta se há alguma fórmula para isto durar. Acho que a resposta está no nome da musica ou talvez ao contrário, cada um de nós vive assim a relação com um optimismo céptico ou com um cepticismo optimista, ambos se complementam, como nós.


Tu claramente és um optimista céptico: sempre achaste que isto ia ser para sempre, disseste-o junto do padre Cruz com o corpo e a alma mas sabes das dificuldades que a vida traz e conduzes tudo isto com cautela e atenção, prudência e em estado de alerta. É como uma metáfora com aquela ideia de que as pessoas têm acidentes de carro não quando acabam de tirar a carta de condução, inexperientes e maçaricos, mas um ou dois anos depois, quando já estão confiançudos e conduzem à vontade, acreditando que nem todas as regras de trânsito são para ser cumpridas e que semáforos de controlo de velocidade não são para serem respeitados. 


Conduzes isto sempre com a humildade de quem sabe que as estradas e as condições do tempo e de visibilidade nunca são iguais e é sempre novo, desconhecido, passivo de haver acidentes. E que tens que fazer a tua parte nunca desprezando que nesta estrada temos sempre que contar com a condução do outro e que são duas faixas na mesma auto-estrada e não uma faixa em cada sentido, e que devemos manter a mesma velocidade, mesmo que isso implique abrandar ou avançar, isto não é uma corrida de fórmula um, é uma road trip de endurance.


Já eu sou uma céptica optimista. Só quem é filho de pais separados compreenderá. Sempre acreditei que não ia dar certo mas sempre desejei muito que desse. Nunca dei como garantida esta relação mas sempre acreditei nela o suficiente para embarcar na viagem, colocar o cinto de segurança, ajustar bancos e espelhos e benzer-me a Sto. Cristóvão, o padroeiro dos viajantes, porque muitas vezes trata-se de fé, de crença, de superstição, esta coisa do amor. Terço no espelho retrovisor, se preciso for. 


O amor é uma caixa de velocidades e duas pessoas que, não importa o destino, só querem viajar juntas.

domingo, 13 de janeiro de 2019

Porque hoje é dia 13...

Somos de datas simbólicas embora, na realidade, todos os meses, desde o primeiro, assinalamos o dia 13. Digo assinalamos porque nem sempre festejamos. 

Houve dias 13 de festa, claro, a maior parte deles, mas também houve de cansaço extremo, de chegar ao fim do dia de trabalho e de sermos engolidos pela rotina e só desejarmos feliz mesário já deitados na cama, antes de dormir. Houve dias 13 miúdos, de estudo, vésperas de frequências, de férias escolares dele nos Açores e minhas em Monte Gordo, de jantares de refeições macrobióticas na cantina velha da cidade universitária. Houve dias 13 dele sair tarde do café Chocolat em Cascais ou da Zara onde teve que trabalhar depois das aulas para pagar as propinas e a sobrevivência durante os últimos anos da faculdade . Houve dias 13 de desemprego, de trabalhos duros, de salários em atraso e de flores roubadas em quintais de vizinhos, de não sabermos como ia ser a nossa vida no mês seguinte. Houve dias 13 na primeira casa alugada e na segunda e um dia 13 numa casa vazia com um bebé de um mês no colo, olhos marejados, depois de nos assaltarem a casa e nos levarem tudo. Houve dias 13 sem dinheiro para o fim do mês e dias 13 de aumentos salariais e jantares em sítios que sempre sonhámos ir como o 100 maneiras. Houve dias 13 a guardar o segredo excitante de que tínhamos um bebé na barriga e o dia 13 de Agosto de 2012 em que passámos finalmente a ser 3 numa bolha de amor, pais: nós. Houve dias 13 separados, zangados, desiludidos um com o outro, apartados e sem sermos marido e mulher e dias 13 de reencontro e reconciliação. Houve dias 13 de aliança de namoro no dedo e depois aliança de casados e até sem aliança antes de tudo voltar a ser como é agora. Houve dias 13 na primeira casa comprada e a partilharmos uma hipoteca, dias 13 de luto e de dor de pessoas que fomos perdendo e dias 13 banais, de esparguete com carne guisada sem glamour porque a vida não é sempre purpurinas. Houve dias 13 em NYC num rooftop no dia em que comemorámos 13 anos e casámos os anos de namoro.

 E houve aquele dia 13 no terraço do bar do ISCTE em que ele me roubou um beijo e mudou os meus dias 13 para sempre. Venha o próximo. 

São 20 anos de dias 13. 

quarta-feira, 7 de fevereiro de 2018

Feliz ano novo, mámen!

Rui aos 39 anos: será sempre loiro mas está cada vez mais grisalho, gosta de vinho tinto às refeições, não perde um livro ou uma série histórica, sabe tudo sobre Reis e rainhas e arte, gosta de viver em Cascais mas será açoriano com orgulho até morrer, adora crianças em geral e é louco pela Ana em particular, se pudesse tinha mais dez filhas, acorda todos os dias antes de todos para ir à padaria comprar pão fresco para nós, se fosse uma cor seria azul, já não fuma e às vezes não sabe o que há-de fazer com os dedos enquanto bebe uma bica, acredita muito no seu Deus, lê sempre antes de dormir, adora passar a ferro e diz mesa de passar, chócolate e caixinha de leite, tem uma gargalhada alta mas é discreto e low profile, despreza dinheiro e bens materiais, pinta bem, canta bem, adora séries de detectives, é desconfiado e não é facilmente conquistado, conduz mal, é refém da Electra e quando se refere a mim diz sempre “a minha loira”, chama-me Lilica e grunguinha, ressona mas dorme em conchinha como ninguém, tem o melhor abraço do Mundo e é o farol desta casa. 

Celebra hoje o seu aniversário e nunca saberá o quanto o amamos a ele por tudo o que ele é. 

Feliz ano novo, grunguinho!

sábado, 13 de janeiro de 2018

Porque hoje é dia 13

             

E (hoje) cada post meu será para te dizer que eu sei que vou-te amar por toda a minha vida. 

sexta-feira, 13 de janeiro de 2017

Aos 13 de Janeiro de 2017 por ocasião da comemoração do nosso 18º aniversário de namoro




18 anos.
Pode, finalmente, sair à rua em traje de festa.
Pode disfarçar os restos de acne que acusam a sua recente adolescência, colocar maquilhagem para parecer mais adulto e sorrir com o sorriso de sempre, feliz por existir. Por resistir.
Pode não se arrepender dos erros, pode lembrar-se de cada aprendizagem, pode colecionar memórias de dias solarengos e chuvosos, pode sentir nos ossos e nas rugas a passagem do tempo. E sentir-se confiante por tudo o que viveu e o que tem para viver,
Pode assinar os seus papéis, ser encarregado da própria educação, gerir a sua vida sozinho.
Pode beber para comemorar, ter porte de arma para matar intrusos, militar-se no partido do felizes para sempre.
Pode fazer uma tatuagem na pele com a certeza que nunca se vai arrepender, fazer um piercing só por rebeldia, sentir-se crescido, adulto e confiante.
Pode votar nas suas opções, conduzir em todos os seus caminhos, ser responsabilizado pelas suas decisões.
Pode, este amor, ser independente, decisor, livre.
Pode ser o amor de sempre. Desde o primeiro dia. Com todas as suas perfeições e imperfeições. Toda a vida vivida. Toda a essência que o fez chegar aqui.
Pode fazer tudo o que lhe der na real gana.

Amor Maior.
Pode ser, exactamente, como sempre foi.

[Parabéns a nós.]

segunda-feira, 31 de outubro de 2016

Neste momento ele está dentro de um avião..

 
 
... e eu estou ansiosa como uma adolescente a esperá-lo.
Um companheiro de uma vida acaba por se tornar em família, quer queiremos quer não, como se a vida antes dele chegar fosse embrionária nestas coisas do amor passional, do amor da conchinha na cama, do amor do cafuné no sofá, do amor da canja levada à cama quando estamos doentes e do amor do ADN misturado num filho a dois.
Há muito tempo que não estávamos separados tantos dias seguidos e é bom perceber que somos independentes, que o curso do dia segue fluido independentemente da presença um do outro, que não precisamos funcionalmente um do outro e que é isso tudo que faz com que termos decidido ficar um com o outro, que faz sabermos que estarmos juntos é sempre melhor que estarmos sós, que termos decidido ser um plural sem precisarmos um do outro mas por gostarmos tanto um do outro, torna tudo mais mágico e especial.
Um companheiro de uma vida acaba por ser parte de nós, ter lugar nos espaços que percorremos todos os dias e ter timings certos nas horas dos nossos dias.
E o bom disto das saudades é que são provisórias e não tarda muito ele está aqui a contar-me como foram os seus dias, o que aprendeu, o que me quer ensinar e todas as histórias que viveu na ausência de nós enquanto plural que somos. E o bom disto das saudades é que a distância não muda nada e não tarda nada eu conto-lhe como foram os meus dias, o que vivi, o que memorizei para não me esquecer de lhe contar e todas as pequenas histórias que vivi na ausência de nós como plural que somos. E o bom disto das saudades é lembrarmo-nos, por força da separação dos dias, da bifurcação provisória dos caminhos, que somos seres individuais e que essa individualidade se mantém e se pode transportar até ao reencontro do plural que somos.
Neste momento ele está dentro do avião. "Coração ao ar!"- assim está o meu. O bandido conquistou-me para todo o sempre.
E, sim, o bom disto das saudades é que estão quase a terminar. Um companheiro de uma vida faz parte de nós mesmo quando não estamos nós. Sim, estamos. Porque nós, independentemente de onde cada um de nós estiver no tempo ou no espaço, somos sempre um nós.
Um plural mesmo bom.

sábado, 3 de setembro de 2016

Para os meninos ursos, muitos anos de amor

"Quando acordaram de manhã, na mesma cama, ela disse-lhe que queria ter um passado com ele. Não era um futuro, que é uma coisa incerta, mas um passado, que é isso que têm dois velhos depois de passarem uma vida juntos. Quando disse que queria ter um passado com alguém, queria dizer tudo. Não desejava uma incerteza, mas a História, a verdade." 

Afonso Cruz in "Jesus Cristo Bebia Cerveja" (Alfaguara)


Estamos de partida para assinalar a data em que assumimos perante o Deus em que ele acredita e as pessoas em que eu mais acreditei e acredito na vida que, sim senhor, queríamos tentar ser o final feliz um do outro. 


Muitas vezes temo-lo conseguido.
Hoje também. 

quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

13-01-1999



Nem sonhas, Liliana, mas essa não vai ser uma curte. Não fiques despeitada com os colegas e amigos que dizem que não vai durar porque vocês são tão diferentes, com a cigana que vai ler na tua palma da mão que nunca se chegarão a casar, com a família que vai ter receio que acabe depois de revelados problemas de saúde, do fim da universidade, de quando chegarem as contrariedades ou quando o dinheiro da bolsa de estudo acabar e o regresso dele seja a única solução. Não tenhas medo de te entregar que vai valer a pena. Olha-o no mais profundo azul dos olhos e mergulha aí para sempre: a pele vai ganhando rugas, o cabelo loiro enchendo-se da cinza do tempo, o corpo engordando e emagrecendo, a expressão ficando menos pueril e cansada mas esse azul permanecerá. 
Os braços que hoje te abraçam pela primeira vez abraçar-te-ão vezes sem conta, segurarão no teu avô ao colo para o ajudar a passar da cadeira de rodas para a cama vezes sem fim, apoiar-te-ão das duas vezes que os enterrares, primeiro a ele, depois a ela, farão um colo que servirá de caverna escura para enterrares a tua cabeça e a tua dor e chorares lágrimas ininterruptas, ampar-te-ão de todas as vezes em que o teu corpo fraquejar com dores e medos e nunca, mas nunca te deixarão cair. Esses braços são os mesmos que te acolherão num aeroporto dos Açores quando quiseres recuperar o que é teu e entrelaçar-se-ão nos teus no esperado e definitivo regresso a casa. 
As mãos que hoje te desenham em jeito de caricatura, Liliana, serão as mesmas que te limparão lágrimas, te passarão água fresca nos olhos e na face e te ajudarão a reerguer, são as mesmas que embalarão pela primeira vez a tua filha, daqui a 13 anos e  saberão consolar birras, prender rabos de cavalo em elásticos, desenhar rabiscos nas toalhas de papel dos restaurantes para a entreter e fazer festinhas e cafuné para sempre. 
Os lábios que hoje tocam nos teus pela primeira vez beijar-te-ão o cabelo perante cada momento de dor, o pescoço em cada guerra de cócegas e brincadeiras sem fim, a fronte tua e depois da tua filha para medir a temperatura, beijar-te-ão as mãos no dia em que se ajoelhar numa praia para te pedir em casamento e o dedo anelar hospedeiro da aliança no dia em que prometer que será para sempre e beijar-te-ão, enfim, os lábios em cada despedida e reencontro, antes da separação selando um adeus que nunca o chegará a ser e na reconciliação que vos tornará mais fortes e invencíveis: o "para sempre" um do outro. Este beijo que hoje provas será teu para sempre, por todos os motivos e sem motivo nenhum. 
E quando tudo falhar, Liliana com 18 anos, quando houver incertezas e dúvidas, crises e desgostos, raiva e lágrimas, dor e revolta, vozes a gritar e zangas, luto e desesperança, quando os braços e os abraços, as mãos e o toque, os lábios e os beijos não forem suficientes mergulha no azul dos seus olhos, o mesmo azul que a tua filha herdará, e lava a alma e as certezas, refresca o coração e o amor e reabastece-te da certeza, da segurança, do conforto de que "é para sempre". 
Porque o será. 

sexta-feira, 13 de novembro de 2015

Porque hoje é dia 13

E fomos tomar o pequeno almoço juntos a um dia de semana e fugir à rotina sabe tão bem. Porque tu acordas-me com um "buongiorno principessa". Porque vamos na rua e agarras-me pela cintura e me roubas um beijo. Porque eu pergunto-te sempre "quantos meses?" e tu riste-te, nunca foste bom a fazer contas, e contra-atacas "diz lá tu" e eu respondo- sempre!- "agora não digo: estou amuada!" e ficamos a rirmo-nos os dois. 
(Já) não sei há quantos meses estamos juntos.  Mas sei que o dia 13 contigo é sempre um dia feliz. 
E continuo amuada. E a rir-me em coro contigo.
Porque gosto muito, tanto, até ao infinito e mais além de ti. 

quinta-feira, 3 de setembro de 2015

Porque hoje é dia 3

De todas as razões que já houve para nos separarmos escolhemos o amor como justificação única para permanecermos. Para ficarmos.
Não fomos felizes sempre. Não somos felizes sempre.
Mas és sempre tu quem me faz feliz. Para sempre.
Feliz aniversário ao nosso casamento feito de basalto e areia, à prova de ventos e de tremores de terra. Feito de mar. 


sábado, 7 de fevereiro de 2015

O meu amor celebrou 35 anos



"Eu quero a sorte de um cartoon
Nas manhãs da RTP1
És o meu Tom Sawyer
E o meu Huckleberry Finn
E vens de mascarilha e espadachim
Lá em cima, há planetas sem fim
Tu és o meu super-herói
Sem tirar o chapéu de Cowboy
Com o teu galeão e uma garrafa de rum
Eu era tua e de mais nenhum
Um por todos e todos por um

Nos desenhos animados
Eu já conheço o fim
O bem abre caminho
A golpe de espadachim
E o príncipe encantado
Volta sempre para mim


Eu sou a Jane e tu Tarzan
A Julieta do meu Dartagnan
Se o teu cavalo falasse
Tinha tanto para contar
Há fantasmas debaixo dos meus lençois
Dos tesouros que escondemos dos espanhóis

Nos desenhos animados
Eu já conheço o fim
O bem abre caminho
A golpe de espadachim
E o príncipe encantado
Volta semrpe para mim

Quando chegar o final
Já podemos mudar de canal
Nos desenhos animados
É raro chover
E nunca, quase nunca acaba mal"


Os Azeitonas

terça-feira, 13 de janeiro de 2015

És o meu "para sempre"



Era Janeiro e estava frio. Tínhamos 18 anos e não queríamos saber das temperaturas. No terraço da faculdade sentámo-nos à volta da mesa de café. Tu desenhavas, eu fofocava com a Tânia (que será feito dela?) e, de repente, começaste a desenhar-me. Não sei como foi, foi demasiado rápido, mas consigo descrever aquele momento em câmara lenta, como se hoje fosse 13 de Janeiro de 1999, todos os contornos dos teus lábios a tocarem, pela primeira vez, nos meus. 
Nunca mais nos largámos. Mesmo quando nos largámos. Sei que tu compreendes bem. 
O tempo podia ter estragado tudo, bem que tentou, mas nós não deixámos porque somos do contra. Lembra-te que não tínhamos frio naquele primeiro 13 de Janeiro. O segredo do nosso amor nem é bem reinventarmo-nos todos os dias. É lembrarmo-nos sempre, dia após dia. do que nos fez apaixonarmo-nos um pelo outro: da tua sensibilidade, do meu sentido de humor, de nos rirmos das mesmas coisas, de apreciarmos os mesmos sítios e sabermos de cor as mesmas músicas, de não encontramos no Mundo companheiros de viagem mais compatíveis. E do que nos fez, dia após dia, renovar este amor: eu tratar de ti e tu de mim, eu puxar-te e dar-te incentivo quando tens receio de arriscar, tu puxares-me à terra sempre que começo com os meus delírios, eu a arrancar o carro em quinta, tu a verificares o espelho, o banco e o cinto antes de meteres a chave na ignição, os teus braços a levantarem o meu avô da cama articulada fazendo o meu lugar, substituindo a força de braços que eu não tenho, eu a atirar-me de dentes cerrados a tudo o que te aborrece, a tua serenidade, a minha energia, tu a cuidares de mim, sempre, eu a cuidar de ti, sempre. 
Não fomos felizes sempre, todos os dias, ao longo destes dezasseis anos. Mas tu ficaste, eu resgatei-te quando aqui não estavas, o oceano nunca foi capaz de nos separar, nem o tempo, nem ninguém. Porque eu sei que és tu o único que é capaz de me fazer feliz assim, até que a morte nos separe. 
Porque és o meu "para sempre". 

sábado, 15 de novembro de 2014

Afinal, caraças, temos uma música! (Obrigada, Spotify!)


Conhecemo-nos em 1998. Começámos a namorar em 1999. Namorámos muitos anos. Casamos. Descasámos. Recasámos. Tivemos a Ana. A Ana e o pai tem uma música na banda sonora das suas vidas. Eu e a Ana temos uma música na nossa relação umbilical. Mas, quando nos perguntavam, a mim e a ele qual era a nossa música perdíamos num sem número de músicas que se ouviam no final dos anos 90, início de 2000 e não chegávamos a qualquer conclusão.
Hoje, a ouvirmos o Spotify lembrámo-nos de procurar álbuns cujos CDs tínhamos quando começámos a namorar, E esta música, enterrada nas catacumbas da nossa memória, começou a tocar nas colunas do computador, tão longe das colunas da minha aparelhagem gigantone no meu quarto de solteira, tão longe do auscultador do meu telefone de disco para onde ele me ligava dos Açores antes de dormirmos, mas tão nossa.
E olhámos um para o outro, enquanto arrumávamos a cozinha a ouvir a música, aquela música, e a letra saia-nos dos lábios, tão fresca, tão presente, tão perto, tão nosso. E dançámos agarrados, entre loiça no escorredor, pão a fazer na máquina e a Ana a dormir a sesta. Tão longe da vida dos tempos de namorados. Tão mais felizes.
Hoje reencontramo-nos com a nossa música.
Aguentem a fofi-melosó-parolice!



A che serve piangere
Rinunciare a vivere
Resta qua se ti va
Non pensare, abbracciami
Lasciami sognare
La tua pelle morbida
Voglio accarezzare
E finche non avro
Anche l'anima
Io saro sempe
Sulla tua scia
Non puoi fuggire
Perche sei mia
Perche ti voglio
Perche mi vuoi
Un mondo si apre
Intorno a noi
E se vorrai crederlo
Io saro l'angelo
Che non ti abbandonera
Quando sul tuo viso
Non vedra risplendere
Dolce il tuo sorriso
E finche non avro
Anche l'anima
Io saro sempre
Sulla tua scia
Non puoi fuggire
Perche sei mia
Perche ti voglio
Perche mi vuoi
Tutto sarai per me
Perche ti voglio
Perche mi vuoi
Un mondo si apre intorno a noi
Un mondo si apre intorno a noi

quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Aniversário

Ontem o empregado de mesa percebeu que havia comemoração. Esteve ali à conversa connosco um bocadinho, confidenciando-nos que gostaria de descobrir o segredo de se manter uma relação. Não lhe soubemos responder. 
A nossa relação não tem segredos. Ou melhor, já os teve, bem ocultos, já deixou de os ter, expostos como uma cicatriz ao sol, e agora vai tendo alguns, os necessários para cada um preservar a sua agenda secreta, a sua individualidade, num plural que escolhemos ser. 
Manter uma relação não é fácil mas também não é tão complexo como, à partida, pode parecer. Talvez nunca o tenhamos racionalizado muito bem porque isto gere-se mais com o coração do que com a razão. Não percebo nada das relações dos outros- muitas vezes nem da minha- mas sei que a música do Jorge Palma tão bem se adequa a nós "enquanto houver ventos e mar, a gente não vai parar, enquanto houver ventos e mar". 
Capacidade de empatia. Sabermo-nos pôr no lugar do outro, calçar os seus sapatos, sentir onde lhe apertam, onde se deformam com o desgaste dos passos. 
Tolerância. Compreender, aceitar muitas vezes sem compreender, preferir muitas vezes ser feliz do que provar que se tem razão, seleccionar criteriosamente as lutas que se quer travar, relevar as insignificâncias do dia-a-dia, nunca esquecer que se gosta daquela pessoa, do que se gosta e do que nos faz continuar a querer gostar. 
Resiliência. Escolher não desistir ao primeiro obstáculo, olhar para cada problema como um desafio, não perder de vista o que se quer, que se quer estar junto, não esquecer do que se gosta, das características que nos fizeram apaixonar por aquela pessoa, alimentar-lhe os risos, contribuir para o outro ser feliz. Querer-lhe bem. 
Não há receitas mágicas, varinhas de condão ou poções milagrosas para se manter uma relação. Nem sempre é bom, nem sempre é aprazível e nunca, mas nunca, é perfeito (oh, se não é!).
Na nossa prevalece a ideia, partilhada, de que queremos fazer o outro feliz e que somos responsáveis por ele enquanto parte de um todo, que somos nós. E vivemos nessa tentativa diária, constante e permanente. Empurrando a vida com o coração. 

(Feliz aniversário, meu amor. Quero-te muito bem.)
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